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Videogames: A “brincadeira” que se transformou na mais robusta indústria do entretenimento


Os videogames começaram no mundo nos anos 1970, mas chegaram com força no Brasil em outubro de 1983 com a chegada do Atari 2600 pela Polyvox, conhecido por aqui apenas como “o Atari, da Atari” – expressão reforçada, na época, pela agência DPZ em uma campanha milionária tínhamos muitos aparelhos sendo produzidos no território nacional através de marcas próprias, mas foi naquele dia das crianças que o setor se posicionou, com clareza, para o público infantil.

Relembre este clássico:

Desde então, o mercado consumidor de aparelhos de videogame, bem como seus jogos, ficou marcado como um produto infantil e adolescente, e tantas foram as discussões acadêmicas sobre impacto negativo desse hábito na saúde e na educação.

Hoje, trata-se de um preconceito comum, presente na mídia, na academia e no nosso cotidiano, que imagina a atividade restrita aos jovens adolescentes ociosos que são supostamente estimulados a atos de violência e perversidade.

videogames-para-todos-marketing-gamesApesar dessa imagem ainda perdurar, os números atuais mostram que essa “brincadeira” se transformou em uma robusta indústria da contemporaneidade (superando o faturamento do mercado de Música e Cinema juntos), atingindo adultos e crianças, homens e mulheres, indistintamente. As diferentes linguagens advindas dos games se proliferaram e, hoje, é possível jogar nas mais variadas interfaces e plataformas.

No contexto contemporâneo, perante esta enorme gama de possibilidades, a ideia de entretenimento relacionada aos games ganhou o aspecto de ser anytime/anywhere. Tal disseminação de conteúdo, inclusive, levou os games e sua linguagem para esferas que extrapolam o âmbito do mero entretenimento.

Hoje, é possível encontrar jogos aplicados estrategicamente em novos negócios, treinamento empresarial, saúde, educação, política e tantas outras. Estas searas se aproveitam de jogos completos ou apenas de aspectos lúdicos pontuais para transmitirem determinadas mensagens e engajarem suas audiências.

Será que nos dias atuais alguém ainda considera os games brincadeira de criança?

Player 1: Msc. Mauro Miguel Rodrigues Berimbau
Player 2: MsC. Vicente Martin Mastrocola


Realidade Virtual: A imersão que faltava nos videogames


A aposta no mercado de acessórios imersivos para videogame não é novidade. Voltemos aos anos 80, quando o Nintendo de 8 bits e o Master System apostavam nas pistolas e óculos 3D com a promessa de transportar o jogador para a “terceira dimensão”. O tempo passou, e de lá para cá, os jogos para consoles e PCs ganharam novas formas de controles como guitarras, dispositivos com sensores de movimentos, tapetes de dança e câmeras inteligentes, como o Kinect. Agora, a moda da vez é o Headset de realidade Virtual, também conhecido como VR (Virtual Reality).

dk2-productDesde o início da campanha para financiar o Oculus Rift em 2012, a realidade virtual voltou a ser o centro das atenções. Vale lembrar que essa tecnologia não é novidade e segue em plena evolução desde 1860. O problema maior sempre foi o preço alto, além da própria tecnologia gráfica da época, que não transmitia tanto realismo quanto as máquinas de hoje.

Agora, entretanto, o valor mais acessível dos novos produtos de VR está criando um cenário animador. Recente pesquisa da Walker Sands Communications indica que 49% dos consumidores americanos estão interessados em experimentar a realidade virtual, sendo que destes, 35% desejam comprar um headset do tipo.

E, pela primeira vez na história dos games, os computadores saíram na frente na preferência dos desenvolvedores. No momento, a plataforma conta com o desenvolvimento do Oculus Rift, que recentemente foi comprado pelo Facebook e é apoiado por celebridades da indústria, como John Carmack (da popular série de tiro Doom). Outro focado nos PCs é o HTC Vive, produzido pela Valve, de Half Life. O cenário não poderia ser melhor para os PC gamers.

E no PC, esses itens têm tudo para emplacar. Trata-se da plataforma que mais oferece jogos a preços atraentes e boa parte deles até é gratuita. Títulos de multiplayer online, sobretudo os do gênero FPS (tiro em primeira pessoa) têm potencial para causar uma imersão nunca antes experimentada nos games.

omni-virtual-reality-treadmill-8091E o que mudará na mecânica? Bem, o conceito de imersão nos jogos nunca mais será o mesmo. O jogador vai sentir cada momento da aventura como se estivesse realmente na trama. Será mais comum tomar sustos e usar o corpo intencionalmente, como, por exemplo, ao mexer a cabeça como uma forma de ‘escapar’ do perigo em um tiroteio ou de uma mordida de tubarão em cenas submersas.

E, além das cenas de tensão, a realidade virtual, se bem implementada, mudará também a percepção de como enxergamos os cenários. Por exemplo, quer ver de onde vem aquele tiro que passou raspando? Basta virar o rosto. Está pilotando um carro de corrida e quer olhar ao retrovisor? Mova a cabeça levemente para a esquerda. Esses movimentos são tão naturais que aos poucos podem se tornar parte obrigatória da experiência.

Por fim, o papel da Realidade Virtual tende a ser a de uma realizadora de sonhos. Os gráficos avançados dos computadores de hoje, aliados à sensação imersiva da VR podem levar o jogador a lugares nunca antes explorados com tamanho realismo. Já sonhou em ser um astronauta? Os desenvolvedores já começaram a pensar nisso e os jogos espaciais já são tendência para esses dispositivos em 2016, basta pesquisar a grande quantidade de títulos desse gênero que estão por vir. Esportes radicais, exploração da natureza, aventuras submersas, as possibilidades são infinitas e potencial há de sobra para criar novas e criativas experiências.

Agora é esperar essa nova era dos games realmente chegar. E falta pouco para que esses produtos estejam disponíveis nas gôndolas das lojas americanas, já que a expectativa é entre esse ano e até 2016.

* Texto por: Byong Hwan Kang – Diretor de Operações da Playspot


Dica – Como cuidar do seu videogame no calor


O Rodrigo Guerra que escreve para o Uol Jogos preparou uma lista de dicas que pode simplesmente salvar seu viodeogame neste verão escaldante no qual nos encontramos. Videogames são caros, quem comprou um console de nova geração sabe que o investimento é bem pesado e que além de gastar uma bela grande,  ainda existe o desafio de manter esse “brinquedo” funcionando em perfeitas condições. Para não sair no prejuízo, confere aí as dicas para manter seu “filho” sempre “saudável”. Hehe…

1. Mantenha o videogame em lugar arejado

Fontes queimadas aparecem em primeiro lugar na lista de problemas técnicos. E a maioria dos usuários são os responsáveis por esse problema, diz o técnico. “Não é difícil ver videogames em lugares confinados, como estantes e racks da sala de estar. Mas apesar de deixar a sala bonita, esses locais são assassinos de videogames”. Por mais arejado que seja, um confinamento do console em um local fechado pode causar problemas de ventilação. Com o aumento de temperatura, mais chances de sobreaquecer as peças do videogame – e a mais afetada nisso tudo é a fonte de alimentação.

“Algumas estantes possuem entradas vazadas que dão a falsa sensação de circulação de ar, mas o melhor local para deixar um videogame é sobre uma superfície aberta, como uma mesa ou ao lado da TV, sem nada cobrindo o aparelho”, explica.

2. Mantenha o videogame limpo

Sabe aquele pozinho que se acumula nas entradas do videogame? Eles também aumentam o calor interno do videogame. “Algumas vezes recebemos videogames que desligam depois de algum tempo, mas ao abrir o aparelho vemos que ele está cheio de pó, principalmente na área de ventilação”, conta. Esse problema pode ser evitado com uma simples limpeza delicada. “Quem tem um aspirador de pó pode usar a escovinha – ela não vai puxar nada de lá de dentro. Quem não tem, pode tirar o pó da área de ventilação com uma escova de dentes seca arrastando os tufos de pó para fora do aparelho e a poeira fina com um pano levemente umedecido”.

3. Use um condicionador de voltagem

“Em algumas regiões do Brasil, a rede de voltagem oscila muito e isso diminui a vida útil do aparelho. Sem falar que estamos no país com a maior incidência de raios e relâmpagos. Isso pode ser resolvido com um no-break ou um bom condicionador de voltagem”. Não se confunda com um estabilizador: é condicionador mesmo.
Segundo o técnico, um estabilizador não fornece uma proteção real para os videogames. “Um estabilizador não o protege em caso de um raio cair na rede elétrica, coisa que tanto um condicionador ou no-break fazem com tranquilidade”, diz Kleber.

Em uma pesquisa rápida na internet você encontra condicionadores de energia por volta de R$ 200 e no-breaks por no mínimo R$ 300.

“O investimento nessas peças pode evitar que você perca seu videogame de forma prematura, pois o modo ‘Stand by’ do PlayStation 4 e do Xbox One os deixam ligados o tempo todo e isso pode ser muito problemático em caso de uma grande oscilação de energia”, diz.

4. Proteja o videogame do Sol

Você pode até não acreditar, mas tem gente que mantém o videogame em locais muito iluminados com luz natural – e isso é péssimo para a máquina. “Está escrito em todo manual, mas sabemos que muita gente nem lê a primeira página que diz em letras garrafais: proteger da luz do Sol. Em minha loja já chegaram vários videogames com a carcaça torrada com a luz solar”, diz Kleber.

Assim como um lugar fechado, a luz do Sol aumenta a temperatura interna do videogame e isso traz problemas. “E proteger não significa colocar um paninho em cima. Tem que tirar mesmo do lugar que está recebendo a luz do sol – sem falar que o paninho também aumenta a temperatura”, diz.

5. Não coma, não beba nem fume perto do videogame (essa é difícil, heim?!)

“Outro dia, chegou um Xbox One em minha oficina com uma colônia de baratas dentro. São sei como, mas tinha até grãos de comida lá”. Nojento, não é? Mas isso é mais comum do que você pensa. Os restos de comida e bebida, podem causar um curto circuito no aparelho, já a fumaça a cinza de cigarros podem levar poeira para dentro do videogame.

6. Manuseie com cuidado

Dica que pode parecer óbvia, mas não é. “Muita gente acha que videogame é duro na queda. Levam o ‘brinquedo’ pra cima e pra baixo, como se fosse um rádio de pilha. Mas esses aparelhos são mais deliciados do que a maioria pensa”, diz Kleber. Isso não quer dizer que você não pode levar seu PS4 para casa da praia ou de um amigo – basta ter cuidado.

“Na hora de tirar e colocar os cabos, não aplique força. Tudo pode ser colocado ou tirado com jeito e delicadeza. Se fizer força, pode ter certeza que os conectores vão se dar mal”.

7. Proteja da umidade

Quem mora em praias sabe que a umidade é terrível para os aparelhos eletrônicos. “Recebi um PS4 com as portas USB enferrujadas, sinal claro de umidade”, conta Kleber. Mas como manter o videogame em um lugar como o litoral? “É preciso manter a casa toda sob cuidado, pois a umidade não estraga apenas o videogame, mas também a televisão e outros eletrônicos. Verifique se o local onde fica o videogame tem infiltrações ou manchas de mofo, isso vai indicar que é necessária uma reforma ou pintura na casa”.

Se nenhum desses sinais estiverem presentes, a umidade do ar pode ser a vilã – aí não tem muito jeito. “Quando for casos assim, mantenha o videogame na caixa quando não for usar por longos períodos e coloque junto um produto antimofo”, explica.

Parecem dicas simples, mas pode ser a diferença entre manter seu videogame e perder todos o seu investimento. Força na peruca aí galera, o inverno está chegando…  ou não. 😉


Os videogames podem ser o próximo passo definitivo da educação?


Os jogos tem uma capacidade incrível de nos trazer boas lembranças, momentos inesquecíveis e eternos com base no entretenimento, não é mesmo? Mas nós sabemos que atualmente a indústria de games não se limita apenas à isso; muito pelo contrário, os games tem estado presentes em vários setores da sociedade, inclusive relacionado a educação, onde estes jogos que interagem com esse propósito são chamados de serious games.

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Indo mais a fundo, os serious games se caracterizam pela sua utilidade educativa, com o propósito de utilizar das características dos games em função de um ensinamento específico e útil ao jogador. É importante perceber que estamos inseridos em meio à formas de ensinos que cada vez se tornam mais obsoletas, onde os conteúdos que são abordados não conseguem relacionar-se inteiramente com o seu público em questão, não os despertando um grande interesse.

Games possuem características que promovem engajamento e imersão aos seres humanos, fazendo com que estes absorvam o conteúdo ali exposto de forma mais concreta.

Segundo Huizinga, autor do livro Homo Ludens: O jogo como elemento de cultura, é da natureza dos jogos criar uma sensação de alheamento da realidade. Dessa forma, os jogos são capazes de aumentar a concentração dentro do universo em que o jogo está inserindo, fazendo com que o jogador não se sinta apenas recebendo informações, mas vivenciando-as, e em consequência disso, aprendendo e absorvendo o conteúdo sem estar sendo diretamente objetivado à isso, como um dever.

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Nintendo utilizando o seu console como ferramenta educacional. – U.S

Nos serious games, é importante que o jogador esteja na função de ajudar na criação do jogo, o mesmo deve ser mais escritor do que leitor, contribuindo para que de fato haja a participação deste com o título e o que se deseja passar em questão.

Um exemplo do uso dos games direcionado ao aprendizado é a Escola Superior de Pedagogia em Karlsruhe, onde em 2012, teve um projeto europeu voltado ao aprendizado de idiomas através de universos virtuais em 3D. O coordenador desse projeto, o professor Gérald Schlemminger, linguista e pesquisador do ensino de línguas estrangeiras, cita que a plataforma de internet de jogos de interpretações de papéis e de simulação, possibilitam, através de avatares e outros recursos, o aprendizado de idiomas.

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Game “Frontiers – You´ve reached fortress Europe”

Já existem outros projetos e utilizações dos serious games, desde o treinamento em profissões específicas, como em médicos, até mesmo a interação com eventos históricos, como o game Frontiers – You´ve reached fortress Europe, criado pelo grupo Austríaco de artistas Gold Extra, onde o jogador é desafiado à entrar na Europa como refugiado; interagindo assim com a situação em que o país estava inserido.

Em resumo, é importante perceber como os jogos podem se relacionar com o jogador de diversas formas, desde o entretenimento, até mesmo promovendo um aprendizado específico através dos conceitos que permeiam os elementos dos games. Além disso, é necessário que os jogos possam se relacionar à essa função a cada dia mais, pois é possível trazer grandes benefícios à sociedade, fazendo com que assim seja percebido e absorvido o grande potencial que os games possuem em relação ao ensino.

Gérald Schlemminger, em relação aos games e o aprendizado, citou:
“Se os jogos sérios continuarem a ser vistos como um elemento isolado complementar às aulas tradicionais, eles não vão passar de uma “brincadeira tecnológica” divertida, mas muito trabalhosa. Eles só fazem sentido de fato se não continuarem num mundo de ficção, mas estabelecerem uma forte ligação com o aprendizado no ambiente da escola e também fora dela.”

Fontes:
Dw.de
SbgameGoethe 


Quando jogar videogames se torna um emprego?


Eu costumo falar que alguns jogos se transformam, repentinamente, em um emprego. Quando o jogo *exige* que você entre em algum horário, ou quando a tarefa é super-trabalhosa e pede muito tempo para ser executada (mate 500.000 monstros) a diversão acaba – pelo menos, pra mim.

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Market Share de Clash of Clans – 2013

Clash of Clans é um desses jogos. Ele começa divertido e competitivo. Mas, conforme se joga, ele exige mais tempo de atenção do jogador, indicando momentos em que ele precisa estar presente e fazer ações, se quiser ser competitivo. Esse tipo de mecânica de jogo divide os grupos de jogadores em dois: aqueles que se cansam e desistem, ou aqueles que aceitam o desafio e persistem.

Mas o que significa “transformar o jogo em um emprego”? Está relacionada à filosofia de Huizinga sobre a diversão como uma antítese do trabalho – este “é sério”. O trabalho não diverte, porque há uma obrigação em fazer. Uma perspectiva que muitos gamificadores afirmam ser possível de alterar.

“Há uma fronteira sensível nos videogames onde o jogo deixa de ser divertido, mas insistimos na chatice porque desejamos a premiação.”

Ao meu ver, trata-se do quesito “diversão”. Há uma fronteira sensível nos videogames onde o jogo deixa de ser divertido, mas insistimos na chatice porque desejamos a premiação (seja do próprio jogo ou extrínseca a ele, como reconhecimento social, dinheiro etc.). Para Ralph Koster (Theory of Fun, Paraglyph Press, 2005), a diversão em um jogo está relacionada ao aprendizado. O jogador procura dominar o jogo, resolver seus problemas e desafios. E, quando consegue, a diversão acaba. “O destino dos jogos é se tornar chato”.

Particularmente, joguei Clash of Clans até entender a proposta do jogo. Montei a cidade, ataquei umas pessoas, que me atacaram… e é isso. Um looping infinito que dá uma promessa ao jogador: reconhecimento social através de um placar global se ele se tornar um bom jogador.

Dito isso conheça: A triste história do jogador número um de Clash of Clans

clash-of-clans-storeApós ler esta triste história, não me surpreende que o sr. Jorge Yao, que passava por momentos difíceis na vida, viu no jogo uma possibilidade de ganhar (ou ao menos simular) aquilo que na vida real lhe parecia distante.

Mas me surpreende ele precisar levar 5 iPads encapados para o chuveiro para finalmente questionar “hum, será que estou exagerando?”

Uma dica da super designer, Paula Su.
“Seja uma esponja”