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Impacto positivo dos videogames: Game “Dig Rush” promete revolucionar tratamento médico


A Ubisoft e a Amblyotech anunciam uma parceria para o desenvolvimento de Dig Rush, o primeiro jogo de videogame baseado em um método usado exclusivamente para o tratamento da ambliopia, conhecida popularmente como “olho preguiçoso”.

dig-rush-ambliopia-marketing-gamesBaseada em técnicas inicialmente patenteadas dos doutores Robert Hess, Benjamin Thompson, Behzad Mansouri, Jeremy Cooperstock, Long To e Jeff Blum da McGill University, e posteriormente licenciadas pela Amblyotech, a Ubisoft está unindo esse conhecimento a princípios de jogabilidade para criar um método divertido que melhore o engajamento e a experiência dos pacientes durante tratamento da ambliopia. Esse novo jogo possui potencial para ser usado em terapias de longa duração.

Joseph Koziak, CEO da Amblyotech
“Enquanto as opções atuais de tratamento, como o uso de tampão, proporcionam alívio limitado e têm baixa adesão de pacientes devido ao desconforto e estigmas sociais, a terapia eletrônica da Amblyotech tem sido testada clinicamente para melhorar significantemente a capacidade visual tanto de crianças quanto adultos que sofrem dessa condição e não utilizam outros tipos de medicação. A partir da parceria com a Ubisoft, temos ainda mais condições de dar aos médicos um panorama completo e certeiro da adesão de novos pacientes e monitorá-los ao longo do tratamento”.

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Mathieu Ferland, produtor sênior da Ubisoft
“O desenvolvimento do Dig Rush foi uma grande oportunidade para que pudéssemos contribuir com nosso conhecimento e experiência em videogames na materialização de um método revolucionário de tratamento médico. O time da Ubisoft Montreal tem conseguido criar uma experiência mais atraente e divertida para pacientes com ambliopia, e estamos orgulhosos por fazer parte de um projeto que mostra o impacto positivo dos videogames…”

Ao invés de tratar apenas o olho fraco, Dig Rush estimula os dois olhos, binocularmente, para treinar o cérebro a melhorar a capacidade visual do paciente por meio de diferentes níveis de contraste entre azul e vermelho que podem ser vistos através de óculos estereoscópicos. Com esse método, os médicos podem ajustar as configurações do jogo de acordo com o grau de fraqueza do olho do paciente, permitindo que os dois olhos acompanhem os desdobramentos da partida.

Dr. Michèle Beaulieu, diretor associado da equipe de desenvolvimento de invenções e empreendedorismo do Instituto Inovação e parceiro da McGill University.
“A McGill University tem uma bonita história de inovação e desenvolvimento de produtos em inúmeros campos do conhecimento, especialmente em ciências biológicas. É um prazer ver que uma de nossas tecnologias deu mais um passo para alcançar o grande público.”

A ambliopia é um distúrbio ocular que envolve a diminuição da visão de um olho como resultado de um olho desviado ou erro refrativo desigual (que significa que um olho é mais poderoso que outro). Os tratamentos tradicionais que incluem tampões em um dos olhos têm tido baixo eficácia devido à pequena adesão, longos tratamentos e alta taxa de reincidência em adolescentes e adultos. A ambliopia atinge até 3% das crianças de todo o mundo e se não for tratada corretamente pode causar cegueira na idade adulta.

A Amlyotech está buscando a anuência da FDA, órgão regulador americano, para colocar no mercado dos EUA essa terapia. Assim que reunir todas as aprovações regulatórias, o tratamento ficará disponível em todo o mundo.


Games contribuindo para a melhoria da qualidade de vida? Conheça a Gameterapia!


O Brasil Game Show, evento que aconteceu de 08 a 12 de Outubro no Expo Center Norte em São Paulo, recebeu uma visita muito especial. A galera do grupo Casa de David, que se especializa no tratamento de deficientes intelectuais e autistas carentes, passou pelo evento na quinta-feira, dia 09 e tomou conta do estande da Ubisoft para dançar e se divertir com “Just Dance”. A parte mais interessante dessa história é que na busca por tratamentos alternativos para os moradores da Casa, os instrutores pensaram na possibilidade de utilizar games como uma forma de terapia – e a iniciativa deu super certo.

Cleize Bellotto, a coordenadora de relações institucionais da Casa, Contou ao UOL Jogos:

“Algumas das crianças têm muitas dificuldades motoras, até mesmo de andar. Mas quando chegam na frente do videogame conseguem se soltar e se divertem muito”, revelou Bruno Sartori, instrutor de educação física e um dos idealizadores do projeto. “Essa ‘gameterapia’ tem mostrado muitos resultados. Algumas das crianças, que nunca aceitam participar de nenhuma das outras atividades, se divertem com os games de bom grado.” 

Segundo a Clínica de Neuroreabilitação Especializada no Método Therasuit em Limeira, SP, a gameterapia simula atividades reais e são aplicadas como conduta terapeuta após uma avaliação, a técnica é definida como um ambiente virtual de modo a permitir a inserção e a interatividade do paciente com objetivos e cenários por meio da produção de informações visuais, auditivas e outras modalidades sensoriais. A utilização de consoles com sensores de movimento, traz  benefícios que contribuíram para o crescimento intelectual e apresentaram melhoras significativas no motor sensorial do paciente. A “Game terapia” incentiva a atividade cerebral do paciente e pode até contribuir para que este recupere os movimentos.

Este tipo de tratamento começou com o crescimento da WiiRehabilitation, no Canadá, por volta de 2006, onde os pacientes com sequelas de AVC (Acidente Vascular Cerebral), Parkinson e TRM (Trauma Raqui-Medular) faziam uso da terapia para que os movimentos fossem reconquistados ou, então, aprimorados. A WiiRehabilitation já está no Brasil há alguns anos. Inicialmente foi usada em atendimentos ambulatoriais, em clínicas de reabilitação para tratamentos de indivíduos em pós-cirurgias ortopédicas, além de ajudar no condicionamento, reabilitação do equilíbrio, entre outros.

O primeiro estudo científico publicado que se tem notícia foi em 2008, na revista americana Pysical Therapy, sobre um menino com alterações motoras que após 11 sessões de treinamento com o Nintendo Wii e jogos que incluem boxe, tênis, boliche e golfe, teve melhora do equilíbrio e da mobilidade

Alex Basílio, fisioterapeuta e professor da Unigran:

“Pacientes que perderam os movimentos ou alguma capacidade motora são colocados para treinar na plataforma, pois eles têm algumas avaliações que o computador faz, que facilita também o treinamento cotidiano. Na pediatria também são muito utilizados, porque é muito lúdico, tem pontuação, algumas imagens ajudam bastante a criança a participar da terapia, que normalmente é um pouco mais difícil. O paciente consegue ver na primeira sessão dele qual foi o grau de movimento que ele conseguiu fazer, como está o equilíbrio dele hoje, aí ele vem para a segunda sessão e diz, melhorei 3, 4 pontos” 

O grande diferencial é que, através do jogo, o fisioterapeuta – e o próprio paciente – têm acesso a um feedback imediato.

Em se tratando de indivíduos com sequela de AVC, alguns estudos recentes, publicados em revistas científicas, vêm apontando o uso do Wii como recurso positivo para reabilitação deste tipo de agravo. Já se sabe que o derrame, como é popularmente conhecido, traz dentre outras sequelas, a dificuldade motora, que inclui perda de equilíbrio e dificuldade de andar, subir e descer escadas, dentre outras. Com isto, este tipo de recurso pode melhorar estes aspectos nestes pacientes, porém, com cuidado e critérios devidamente estabelecidos pelos profissionais da saúde, como fisioterapeuta e médico envolvidos no processo de reabilitação.

Os jogos também podem ajudar no tratamento de idosos com depressão que não obtiveram sucesso com antidepressivos ou outros tratamentos para a doença. Num estudo com 11 pacientes, os pesquisadores descobriram que jogar certos jogos é tão eficaz na redução dos sintomas de depressão como os antidepressivos padrão.  Além disso, os pacientes que jogam alcançam resultados em apenas quatro semanas, em comparação com as 12 semanas que muitas vezes os antidepressivos levam a fazer efeito.

Os jogos ajudam a melhorar o que os pesquisadores chamam de “funções executivas”, de acordo com o estudo. Estas funções são as habilidades de pensamento utilizados no planejamento e comportamento e a sua deficiência tem sido associada à depressão em pacientes idosos.

Os benefícios que os jogos podem nos trazer são muitos e estudá-los a fundo contribui para a melhoria na percepção do mercado de games como um todo e com isso todos nós temos a ganhar. A gameterapia ainda “engatinha” e costuma ser aplicada em conjunto com outros tratamento já utilizados e amplamente conhecidos, mas através de estudos, fica claro que a atividade de jogar contribuiu imensamente para a melhoria na qualidade de vida dos pacientes. Nós jogadores, conhecemos os benefícios que os games nos trazem, na vida social e até profissional – e você, como tem utilizado os games como terapia?

Fontes UOL Jogos  Clínica de Neuroreabilitação Especializada no Método Therasuit Vida e Saúde Diário MS GR8BrowserGames