Número de personagens femininas sexualizadas caiu “significativamente” na última década aponta estudo
Um novo estudo realizado por um grupo de pesquisadores da Universidade de Indiana sugere que o tratamento das personagens femininas em jogos melhorou drasticamente nos últimos dez anos.
Teresa Lynch, autora e estudante de doutorado juntamente com Niki Fritz, Jessica E. Tompkins e Irene I. van Driel pesquisaram 571 títulos lançados no período de 31 anos entre 1983 e 2014, com foco em se grandes personagens femininas eram sexualizadas.
“Na década de 80 e início de 90, muito da integridade gráfica simplesmente não permitia que os personagens fossem sexualizados. Quando nós avançamos para a próxima geração de consoles, o que aconteceu no início e meados da década de 90, vemos a transição para gráficos 3D, e é aí que vimos um grande aumento na sexualização das personagens femininas. Isso continuou sua trajetória ascendente no início dos anos 2000 e, em seguida, de repente, vimos uma diminuição.” explicou Lynch.
O estudo destaca o papel do jogo de 1996 Tomb Raider como um dos possíveis responsáveis pelo aumento no número de personagens femininas sexualizadas, possivelmente, inspirando outros desenvolvedores a sexualizarem seus personagens para tentar aumentar as vendas entre o público masculino dominante.
“Descobrimos que essencialmente nos últimos oito anos, tem havido uma diminuição significativa na sexualização das personagens femininas. Há também uma série de personagens que estão em acordo com as noções mais feministas de uma mulher poderosa, não objetificada. O remake da série Tomb Raider e o redesenho de Lara Croft é um excelente exemplo da forma como a indústria humaniza personagens femininas.” afirma Lynch.
Outro dado é que a proporção de mulheres com papéis principais em jogos realmente tem caído, passando de 52% nos primeiros anos da amostra a 42% nos anos mais recentes. O estudo também constatou que o gênero RPG é particularmente sensível em seu tratamento com mulheres, tendo personagens menos prováveis de serem sexualizadas do que em categorias como ação e luta.
“Quando as mulheres estão interessadas em jogos, elas tendem a gastar muito mais tempo jogando do que os homens, […] as mulheres são uma parte importante do núcleo de cultura dos jogos. Continuar a mostrar retratos unidimensionais de personagens femininas e descartar preocupações sobre a forma como as personagens femininas são retratadas simplesmente não faz sentido para os negócios.”
Você encontra o artigo completo em inglês no site Developer e a pesquisa original aqui.