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Mega Drive, eu escolho você!


Mega Drive é minha predileção, mas porquê?

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Jogava perto do mesmo jeito…

Sou gamer desde tenra idade e passei por muitos videogames por aí, mas apesar disto, sempre tem aquele que amamos de coração, mesmo que não queríamos admitir para não parecer ista perante os demais. Alguns escolhem o NES como o seu videogame querido por diversos fatores, entre eles, por ter sido o primeiro por conta dos famiclones brasileiros (Phantom System, Top VG 9000, Bit System, etc), outros tantos escolhem o Master System por conta do primoroso trabalho que a Tectoy fez aqui no Brasil e alguns mais escolhem o Super Nintendo, PlayStation, Nintendo 64, entre tantos outros.

Agora, vocês se perguntam, porque a minha escolha para com o Mega Drive perante aos demais sistemas que se mostram aqui? Será porque ele é superior? Será porque ele foi o meu primeiro? Será que ele tem os melhores jogos? Nops, nada disso, nada a ver e nada demais, por mais que queríamos escolher as nossas coisas baseadas em índices, tabelas, pontuações e “ser o melhor em alguma coisa”, a minha escolha para com o Mega Drive (Sega Genesis nos EUA) se dá pelo ícone que ele representa para a minha infância e parte da adolescência.

Paixão tardia

O monólito negro da SEGA não foi o meu primeiro console, na verdade ele foi o terceiro que eu tive em minhas mãos, os outros dois foram um Atari 2600 que veio diretamente do Paraguai e tinha uns 10 a 20 jogos na memória, se eu não me engano, isto pelos idos de 1987/1988, e o meu segundo console foi um Top Game VG 9000, um delicioso console da CCE, famiclone, que permitia colocar nele tanto os cartuchos japoneses do Famicom (60 pinos) assim como os de NES (72 pinos), então era uma alegria redobrada e sem igual.

Títulos para o NES, claro, não faltavam, e tome Tartarugas Ninjas 2, Karate Kid (este ganhei de presente pelo simples motivo do personagem principal ser chamado de Daniel-San), Super Mario Bros 1, 2 e 3, Tico e Teco, Duck Tales, Little Nemo, Megaman 1 ao 3 e tantos outros que eu sequer conseguiria enumerar aqui (mentira, estou é com preguiça mesmo) e que, por muito tempo, me fizeram ficar no lado vermelho da força.

Top-Game

Ótimo famiclone!

O Master System eu só jogava de rebarba, pois tinha prima minha que tinha o console da SEGA, mas, mesmo assim, não dava muita bola, talvez pela falta de jogos que ela tinha ou, porque, o mesmo não era muito presente nas locadoras que eu frequentava e, muitas vezes, as que tinham o console os jogos eram basicamente os mesmos.

Foi então que, um dia, eu vi este monólito negro da SEGA, com os seus 16-bit dourado na sua carcaça e alguém jogando Pit Fighter, foi uma verdadeira explosão auditiva, tátil, olfativa e visual, creio que eu sofri uns três derrames e desencorporei umas quatro vezes. Vendo aquele jogo sendo mostrado numa TV de 20″ da Gradiente e as vozes digitalizadas, bom, não foi outra senão perguntar o que era aquilo.

O meu primo havia adquirido um Mega Drive importado e, aí, encontrei a minha nova casa.

Jogatina a mil

pitfighter

O jogo que explodiu a minha cabeça…

Após este baque inicial e de ter provado a força dos 16-bit em 1991, não deu outra, e, assim, passava a ir na casa deste meu primo várias vezes ao dia nos tempos de escola. E ali a jogatina começara a ficar bem farta, era Pit Fighter inicialmente, mas depois vieram o Super Monaco GP, Bare Knuckle (Streets of Rage) e o alucinante Sonic 1, o Top Game VG 9000, com os seus jogos maravilhosos estava começando a virar uma breve memória na minha jogatina gamer e a Nintendo estava saindo do meu coração.

E por mais de 1 ano aperreava a minha mãe para comprar o Mega Drive e como fiz isto quase todos os dias, não sei como ela não morreu de desgosto por ter um filho tão chato por pedir tanto uma coisa, mas, aí veio o grande milagre, o grande presente dos deuses, claro que foi com a perca do Top Game VG 9000, que fora vendido para dar de entrada no Mega Drive, e, nalgum momento entre o Natal e o meu aniversário – pois não me lembro qual a data exata – havia ganho o meu Mega Drive II, da Tectoy com o Sonic na caixa.

Foi um dos videogames que eu mais joguei na minha vida, com horas e horas e horas e horas e horas – e mais algumas horas – contadas jogando Sonic, chegando ao ponto de conseguir finalizar o jogo sem perder uma só vida em menos de 30 minutos. E daí foi ladeira abaixo. Como morava no interior do Ceará, acabei por conhecer os donos das locadoras, ficar amigo e alugar fita de graça, então, senhores, quem aqui era um pinto no lixo? Em troca de alugar fita grátis, eu era o menino das informações, lia tudo que tinha nas revistas de videogame na época – algumas eu comprava, outras, apenas linha na banca de jornal e como eu também conhecia o dono da banca, ele deixava de boa – e repassava as info de quais jogos eram bons e eram ruins, uma boa troca simbiótica não acham?

Foram assim vários anos jogando Mega Drive, até o fatídico dia em que eu conheci o Super Nintendo e os seus ótimos jogos, que eu só vim a jogar plenamente em 1997 por conta dos emuladores, mas, ainda assim, estava bem mais balançado para o lado do Mega Drive.

As Trocas

Foi no colégio que eu fiz uma troca inusitada. Peguei o meu Mega com seis fitas e troquei por um Super Nintendo com 2 fitas + o SuperGameBoy com outras duas fitas e, assim, debandei para o lado da Nintendo novamente. Quando eu tentei destrocar o meu videogame não mais se encontrava neste nosso território nacional, mas aí é uma outra história.

Tive um desse...

Tive um desse…

O que eu posso dizer é que, ainda passei um longo tempo com o Mega Drive, outro com o Super Nintendo, fui ao Saturno, ao Nintendo 64 e, por fim, vim a estacionar na plataforma da Sony, PlayStation 1, 2 e 3, mas sem nunca perder o contato com o Mega (emuladores sempre), assim como com a Nintendo com peças emprestadas ou compradas (NDS), assim me considerando um gamer, acima de um ista, mas sempre com um pé no retrogaming e o coração no Mega Drive, o videogame que mais me divertiu até hoje.

E para vocês, o que o Mega representa?


As Revistas, com carinho…


Nossos pensamentos sempre estão ligados a três focos, um no passado, daquele momento nostálgico, onde as coisas pareciam ser mais simples; um no presente, no qual os perrengues do dia a dia fazem com que achemos estar cada vez mais sem tempo; e um no futuro, onde ansiamos estar lá, tranquilos e calmos.

Hoje em dia pensar no passado está na moda, na verdade, ter elementos deste passado próximo está garantindo os comes e bebes de gente graúda no mercado internacional de jogos eletrônicos e, cada vez mais pessoas, empresas, estão integrando-se nele, vide o ressurgimento de títulos do passado, lançado para Atari 2600, NES, Mega Drive e afins, aparecendo a olhos vistos nos novos consoles, com o XBoX One, PS4 e Wii U.

E é nesta grande monta, neste movimento de volta ao passado, que eu estou inserido. Escrevo sobre retrogaming, não porque é moda, mas sim porque aqueles grandes momentos foram um prazer indelével que sempre estarão na minha memória, assim como a infância e a adolescência com o pai e mãe, avós de todos que aqui estão lendo estas breves palavras.

No artigo de hoje gostaria de falar acerca de um elemento importante para a vida de todo jogador de videogame daquela época, tal qual foram as locadoras que descrevi semana passada, que são as revistas especializadas, no Brasil, de videogame.

AS REVISTAS

Você vai numa locadora e espera ansiosamente por sua vez para entrar nela – dependendo da cidade, a mesma era bem concorrida pela criançada e os adolescentes -, escolhia aquele jogo X e ia para casa morto de feliz por pegar aquele título, mesmo sem não entender nada de inglês – e tão pouco japonês. Colocava a fita, jogava alucinadamente até que… travei!

Quem aqui nunca pegou algum jogo que, por ventura do destino, chegava-se até certo ponto e era impossível de passar? Você não sabia o que fazer? Ia e vinha e nada. Mas que droga… e agora?

Então acaba por se lembrar daquela revista que tinha comprado a duas semanas atrás que falava justamente sobre aquele jogo. Que ele era isto e aquilo e que valia a pena em ter na sua coleção. Você o havia alugado justamente para testar e, quem sabe, pedir para a sua mãe de natal ou aniversário. Talvez ali tenha alguma dica, ou, até mesmo, várias, para passar daquela fase chata.

Ao chegar na sua coleção de revistas, cada pilha em separado, uma para Ação Games, outra para a Videogame, uma terceira para SuperGame e a última para GamePower, compradas religiosamente na banca do Seu Pereira, lá na pracinha, começa a fuçar uma por uma para ver se conseguia achar aquela que falava daquele jogo maldito.

As Velhas e Boas revistas.

As Velhas e Boas revistas.

Passando os olhos por cada página, por cada figura, os textos, as cartinhas do leitor, as dicas, as perguntas e os recordes, tem aquela sensação, aquela gana, aquele sentimento, que gostaria de jogar todos os jogos do mundo ao mesmo tempo, mas sabe que o seu pai, sua mãe, sua tia ou seu tio preferem dar roupas a games e só com muito choramingo é que se consegue um novo jogo, ou, nas palavras da sua mãe: “Se tirar nota boa no final do ano, te damos o jogo que você tanto quer.”

Mas que jogo? Como escolher um entre dezenas que o pessoal da Ação Games deve jogar todos os dias? Pegar somente um? UM? Se pegar Mario 3, não pode pegar Tartaruga Ninja 2, mas eu queria tanto o Megaman 2 e Double Dragon 2? Se eu tivesse outro videogame poderia pedir um Shinobi do Master ou um Sonic. Estes videogames deveriam ser compatíveis para eu não ter de pedir outro videogame e me falarem não.

Só um jogo? A tentação era grande, mas escolher só um entre dezenas era uma como pedir para beber apenas um golezinho de Coca-Cola daquele garrafão de 1L no dia de domingo. Só um golinho porque mãe?

A única coisa que podia fazer era ficar um pouco chateado e continuar a procura pela aquela dita cuja revista que fala daquele maldito jogo que você não consegue passar e, de repente, você passa os olhos naqueles anúncios de vários videogames a venda e os pilotos da Ação Games.

INVEJINHA BÁSICA

Daí, de repente, você tem em suas mãos a Ação Games nº 8 e acha que é esta revista é a salvadora, lá estava o jogo Totally Rad, deve ter algo além de falar sobre o mesmo, uma dica, por menor que faço.

Como era final de semana, ficou folheando um pouco a revista antes de chegar lá na página do dito cujo jogo. Foi então que sempre que chegava naquelas páginas onde mostravam os pilotos, aquela invejinha básica subia no coração.

sempre nos trazem fortes emoções.

sempre nos trazem fortes emoções.

Lá estavam eles, na página 22, Ioiô, Marcelo, Ricardo, Rodrigo e Christian, os “feras” da Ação Games, testando múltiplos controles para o Phantom System e para o Master System e tudo o que você podia fazer era uma caixa de muxoxo e sonhar alto, quem sabe, um dia, ser um piloto e passar o dia jogando videogame e só isso? Nem a possibilidade de pagamento passava por sua cabeça, o importante era jogar videogame.

Depois de momentos de sonhos a plena luz do dia, você continuava a folhear as páginas, um anúncio da Polytron, com vários jogos e cartuchos. Mini Games, no qual você já estava enjoado de jogar o seu da Mônica por horas a fio, aquele anúncio maroto da Dynacom com o seu Dynavision 3.

E, por fim, chegou ao Totally Rad, esperando que tivesse alguma coisa e nada… Será que a Videogame teria alguma coisa sobre o jogo?

A BUSCA POR INFORMAÇÃO

Você se lembra que a revista Videogame tinha feito algo sobre o jogo, daí não é para a sua surpresa que o mesmo era CAPA da revista de número 8? Se é capa, é porque deve ter muita coisa sobre ele.

Folheou rapidamente para o índice e lá estava a página 26 falando sobre o jogo. Foi passando rapidamente pelas páginas e que inveja daquele Turbo Express, mas deixa para lá, a ânsia por terminar aquele jogo era maior e foi ali que, lá estava e você tem um sorriso de uma ponta a outra do rosto com um detonado que a Videogame fez sobre o jogo!

Agora sim eu finalizo isso, pensou para si. Pegou a revista, se levantou e foi ler o que tinha de ler para como matar o peixão chato do Ato 3.

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Qualquer um passou por uma situação semelhante. As revistas de videogame faziam presentes no cotidiano de todo jogador, seja lendo na banca de revista, pois o tio deixava, seja na locadora, onde algumas disponibilizavam alguns exemplares ou em casa, quando a mãe ou o pai davam uma grana para você comprar elas.

E os anúncios então?

E os anúncios então?

As revistas eram um espetáculo à parte, já que grande parte delas eram feitas de forma bem braçal e com informações bem escassas – onde as mesmas eram recebidas com meses de atraso ou nada a ver com que os públicos americanos, europeus e japoneses sabiam antecipadamente – e, assim, as vezes as mesmas inventavam as coisas.

Seja por mais, seja por menos, estes pequenos espaços virtuais em forma retangular, com fotos, textos, promoções e suas mascotes, foram companheiros de toda uma vida gamer e, assim, ficarão eternamente nos corações de todos aqueles que foram leitores delas.

Simples assim.


A Guerra dos Clones: O mercado de Games não seria o mesmo sem eles!


Foi aqui que tudo recomeçou.

Foi aqui que tudo recomeçou.

Hoje o mercado Brasileiro está se firmando cada vez mais como um alvo importante para as grandes produtoras de jogos eletrônicos e consoles no mundo. Mas vocês sabiam que o tempo que passamos sem “suporte” destas grandes empresas, antes dele, éramos um dos grandes mercados ainda assim?

Sim, tivemos o período entre 2003 até meados de 2011 quando o XBoX 360 começou a ser fabricado no Brasil e, algum tempo depois, o mesmo se deu com o PS2 seguidamente do PS3, quer dizer foram quase 10 anos de penúria onde éramos tratados como um mercado marginal por conta dos altos níveis de pirataria que nos rodeava.

Pirataria não é algo de se estranhar, pois existe em qualquer plataforma, Tio Bay e os barcos torrentes que o digam. Mas aqui no Brasil, por conta do fácil desbloqueio do Sega Saturno e do Sony Playstation, lançados em 1994 no Japão, e no ano seguinte no mundo inteiro, permitindo assim que estas plataformas começassem a se popularizar na América Latina e, com mais força, aqui no Brasil… E é a partir daqui que vamos reconstruir um pouco do cenário gamer antes do abandono geral das empresas para com o mercado brasileiro.

 CLONES, CLONES POR TODOS OS LADOS!

 Mas porque os primeiros consoles eram compatíveis? Porque, naquela época, havia algo chamado como Reserva de Mercado, que eram o conjunto de Leis, atos normativos e dispositivos legais que proibiam a importação de equipamentos eletrônico, principalmente da área de informática, onde os videogames estavam inclusos. Só era possível tê-los em território nacional se empresas brasileiras os fabricassem, tentando incentivar a indústria nacional a se desenvolver.

 Em 1984, toda esta loucura jurídica virou a Lei 7.232 no dia 29 de Outubro, caso alguém tenha curiosidade pode ler ela clicando aqui.

ou, leia um livro que você não entende nada de seu conteúdo!

ou, leia um livro que você não entende nada de seu conteúdo!

Com esta prática em questão, houve a criação da SEI (Secretária Especial de Informática) que se tornou a responsável por todas as práticas normativas do setor, assim se você era fabricantes de eletrônicos da área da informática, não se esquecendo que os videogames estavam inclusos, os planos tinham de ser submetidos para a SEI para serem aprovados, no qual fazia a estipulação de como ocorreria a “nacionalização” das peças internas e do produto em questão, tentando, então forçar o mercado brasileiro a produzir tais peças.

Desta forma, vieram a surgir os consoles compatíveis que muitos gamers das antigas chamam de clones e o primeiro sistema a ser “clonado” em questão foi o Atari 2600.

Empresas como a Bit Eletrônica – que trouxera o Top Game, o primeiro clone brasileiro do Atari, mas a possíveis problemas legais, mudou o conector de entrada da fita/cartucho, impossibilitando que os jogos do Atari entrassem nele, algum tempo depois veio o adaptador, mas foi tarde demais -, a Sayfi Eletrônica – que trouxe o primeiro console realmente compatível com o Atari, que foi o Dactari -, a Dynacom – que criou o Dynavision -, todos estes o que chamamos hoje de Clones e, por último, nesta primeira leva, a Polyvox, que pertencia a Gradiente, assinou um contrato com a Atari Corp e em 1983 trouxe oficialmente o Atari 2600 para o Brasil.

Depois desta primeira leva, vieram outras empresas, como a CCE, com o seu Supergame CCE VG2800, a Dismac com o seu VJ9000 e algumas outras empresas que fizeram a alegria dos jogadores.

Vê-se aqui que esta primeira foi a pedra fundamental para a criação do mercado brasileiro de videogames e que sem os clones, muito provavelmente alguns anos mais tarde, o nosso universo fosse bem diferente do que é hoje.

 MEU ADORADO PHANTOM SYSTEM

Enquanto que o Atari 2600 tivera vários clones que marcaram crianças e adolescentes na década de 1980, o grande estouro mesmo da clonagem se deu no final da década de 1980 e início de 1990 com o console que foi considerado o salvador da pátria no mundo dos games, o NES, o Nintendinho 8 bits.

Foi com este sistema, juntamente com o oficial Master System e o Mega Drive, pela Tectoy, que tivemos a grande febre nacional de videogames. Em cada bairro nas grandes e médias cidades brasileiras tínhamos diversas locadoras, onde crianças e adolescentes disputavam um momento para jogar, outras tinham pais que compravam um dos mais diversos modelos existentes no mercado e outros tantos poderiam até importa-los.

Mas, o mais importante, é perceber que grande parte desta explosão de entretenimento se deu por conta realmente dos clones, todos eles de empresas que não tinham contrato firmado com a Nintendo, assim elas estavam passíveis a serem penalizadas judicialmente, mas pelo mercado, que crescia cada vez mais, compensava fabricar um console nacional, ganhar bilhões de cruzeiros / cruzados / milhões de reais e enfrentar a Nintendo depois, do que ficar de fora desta festança.

Todos os nossos consoles famiclones.

Todos os nossos consoles famiclones.

E nesta viagem alucinada de vários consoles clones, também conhecidos como famiclones, tivemos o mais conhecido de todos e que ilustra esta matéria, o Phantom System, criado pela Gradiente, mas tínhamos muitos outros, como, por exemplo, os fabricados pela CCE, o Top Game VG 8000, Top Game VG 9000 e o Turbo Game; pela Milmar tivemos o HiTop Game e o Top System; pela Chips do Brasil veio o ProSystem8; a Dismac nos trouxe o clone mais próximo do NES, o Bit System; enquanto que a IBCT nos trouxe o clone que copiou descaradamente o design do Famicom (o NES japonês), conhecido como Super Charger e a Dynavision não ficou atrás e trouxe o Dynavision II, III, Dynavision IV, Handyvision, Magic Computer PC95, entre tantos outros.

Nota-se aí a grande sorte de produtos nacionais para satisfazer toda uma geração enlouquecida por videogames! Sem estes aparelhos, mesmo de maneira não completamente oficial, o mercado gamer poderia ter sido algo completamente diferente, pois, se não tivéssemos este costume de parar na frente de uma telinha e ficar admirando os pixels que correm por ela, o nosso interesse por algo tão fugaz para muitos não seria tão grande e, certamente, os investimentos atuais de localização e venda local dos jogos seriam menores.

Claro que aqui vale um pequeno excerto. A Nintendo só entrou oficialmente no Brasil em 1993, com a Playtronic, que era uma empresa criada de uma parceria entre a Gradiente e a Estrela, durante 10 anos, a mesma veio a fabricar os consoles da Nintendo e produzir os seus cartuchos nacionalmente, paralelamente a isso, a Tectoy já trabalha em conjunto com a SEGA desde da década de 1980 e trouxera para o mercado nacional os produtos da empresa (Master System, Mega Drive, Game Gear, Sega Saturno, 32X, SEGA CD, Dreamcast), onde uma parte era produzida aqui e outra importada.

Foi, basicamente, entre 1989 até 2003, tivemos uma maravilhosa era de suporte nacional oficial, em paralelo com os clones que, como mostrado acima, vieram em 1982 e ficaram bem no mercado nacional até 1993, apesar dos diversos problemas de pirataria que foi aumentando de maneira louca com o PlayStation 1 e 2, mostrando que o mercado nacional brasileiro tinha um grande potencial para as vendas de qualquer tipo de console oficialmente lançado e suportado por nossas bandas. E isto foi demonstrando, como posto acima, quando finalmente a Microsoft e a Sony vieram a investir no Brasil. Pena que os preços praticados em nosso país ainda são bem abusivos se comparados com o que ganhamos como renda mensal. Fiquemos na esperança futura que os consoles que estão aí, o One e o PS4, assim como o Wii U, o PSVita e o Nintendo 3DS venham também a ser fabricados no país e que os preços baixassem mais, pois, pelo visto, os executivos da Sony, da Nintendo e da Microsoft acham que somos todos ricos.

De toda forma, devemos agradecer, e muito, aos nossos estimados clones em geral, pois, sem eles, não teríamos conhecido os videogames!

Deixo aqui alguns excertos de pessoas que jogaram com clones naquela época retirados do grupo Retrogamer Brasil

 “Geração do NES comecei com um Dynavision 2 segunda versão com aqueles controles manche da Dynacom… pense numa dificuldade jogar Double Dragon 2 neles..rs.. e Bart vs space mutants..rs..nossa.”, Jair Bezerra;

 “Eu sou fascinado por famiclones, comecei a vida gamer assim, e é quase certeza de que a maioria aqui também. Sou muito fan de CCE e MILMARCleber Marques;

 “Tenho meu Bit System na caixa funcionando até hoje! (só precisei trocar as borrachas dos controles) Dirley Von Randow;

 “eu tive o top game, mas queria saber, porq a onda se clones na época e o pior não eram empresas xing ling contrabandeado, eram empresas grandes, cce, gradiente, dynacom, todas pagando impostos q registrando seus produtos, porq não levaram processo??? e porque acabou a febreKaka Campolongo;

 “Joguei diversos clones, DYNAVISION 2, 3, 4, TURBO GAME, TOP GAME, TOP SYSTEM, PHAMTON SYSTEM, HI-TOP-GAME MILMAR, BIT SYSTEM.
Cada um deles tinha um ponto positivo, mas não existiu um perfeito pois cada um tinha algo de ruim, ou o controle era horrível, ou não era dual slot, ou não tinha saída av, ou a compatibilidade era baixa etc etc etc. SE O DYNAVISION RADICAL TIVESSE DUAL SLOT SERIA O MELHOR CLONE, SEUS CONTROLES SÃO MUITO SUPERIORES!!”
HernaniZero Rodrigues;

 “Comecei no Dynavision II, pense num video game ruim, hoje eu tenho dynavision radical com entrada p/ 60 e 72 pinos, e controle Turbo. Esse sim. Fabiano Rbf

 “minha infância foi de Phantom e Geniecom. Tenho os dois hoje, além do NES original na caixaAntonio Carlos Santis Júnior;

 “o hI TOP GAME EU JOGUEI MUITO NA INFANCIA LEMBRO QUE UM AMIGO MEU TINHA E A GENTE PASSAVA HORAS JOGANDO TICO E TECO ATE FAZE FINAL PENSA EM DOIS TONTOS FELIZES QUANDO FEZ FINAL KKKKKKK CLASSICOCarlos Eduardo Monção;

 “Conheci primeiramente o Phantom em jul/1991, mas acabei ganhando o Dynavision 2 no Natal do mesmo ano. Atualmente tenho 2 Turbo Game, um Dynavision 2 e um Hi-Top Game.” Mauro Sokrátes;

 Fontes:
www.atari.com.br
www.nesarchive.net
www.alvanista.com