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O que os Desenvolvedores de Games aprenderam com as Olimpíadas


Os Jogos Olímpicos acabaram! Vivemos no Brasil, durante 21 dias, um clima de alegria e entusiasmo. Sediamos o maior evento esportivo do mundo, e a sensação foi fantástica. Obtivemos também a melhor campanha em Olimpíadas da nossa história e mostramos para o mundo que somos capazes de grandes feitos.

Ao longo da competição, uma pequena ideia surgiu. Começou apenas como curiosidade, mas com o tempo percebi que era algo realmente importante. Conforme a competição progredia, mais eu queria saber sobre os atletas que estavam nela. Por mais estranho que possa parecer, o mais importante para mim não era o jogo, eram os jogadores. De forma mais direta, que tipo de luta eles haviam travado para conseguir competir nas Olimpíadas?

Os atletas que surgiram do nada

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Isaquias Queiroz em prova de Canoagem

Alguns atletas, até a Rio 2016, eram invisíveis. Apesar de serem destaque na sua modalidade, só fomos conhecê-los durante as Olimpíadas. Rafaela Silva, medalha de ouro no judô, e Maicon de Andrade Siqueira, medalha de bronze no Taekwondo, são dois exemplos de incríveis atletas que atingiram a media de massa. Eles estiveram em silêncio até o ponto onde seu talento falou mais alto.

Isaquias Queiroz, outro exemplo de atleta que surgiu nas Olimpíadas, ganhou três medalhas em uma única edição dos jogos. Ele nasceu em Ubaitaba, Bahia, em uma família pobre. Seus esforços, para se tornar um campeão, foi gigantesco e sua história agora passeia pela internet.

Desenvolvimento de Jogos

Os Jogos Olímpicos são, para nós, entretenimento! Assim como a indústria de jogos, eles vendem um produto de alto valor agregado, capaz de cativar as pessoas e clamar pela sua atenção. Eles  enfrentam dificuldades para vender o produto digital e, por isso, contam com apoio de empresas privadas e do governo.

downloadA mensagem é simples. Assim como atletas, um criador de jogos precisa cativar sua audiência. O desenvolvimento de jogos independentes pode ser entendido como uma grande competição. Você não corre apenas pela medalha; você precisa mostrar o quanto se sacrificou durante a jornada. Só assim você deixa de ter um jogo e passa a ter uma grande história para contar.

Eu tenho certeza que, assim como o Isaquias, você também pode sair do anonimato e atingir a media de massa. Saiba que o caminho é bem difícil e que será necessária uma determinação de atleta. Porém, no final, você terá, além do jogo, algo para inspirar a todos.


Mario nas Olimpíadas demonstra o carisma e a influência da cultura dos games sobre o mundo


Pois é, no ano da graça de 2016, no evento mais mundial de todos os eventos mundiais, numa transmissão aos quatro cantos do planeta, um país não teve vergonha de dizer “sim, gostamos de games” e mais importante que isso: nosso produto e nossa cultura domina corações, mentes e bolsos.

E nós aqui, meros anfitriões, que a bem pouco tempo atrás tivemos que engolir uma ministra da cultura dizendo “game não é cultura“? Como ficamos nessa? Se você é da área de produção de games, tire dois minutinhos para trocarmos uma ideia.

Quando olhamos para o quadro geral das grandes franquias, percebemos dois padrões nítidos:

– no primeiro, o foco é um (digamos assim) cenário/tema genérico que, lastreado por uma produção de altíssimo nível e investimento gigantesco, mantém a comunidade de jogadores constantemente abastecida de novidades, via marketing agressivo e massivo;

– no segundo, o foco é um personagem carismático (e sua turma), de simples compreensão e leitura, cuja aceitação (seja ela por que motivo for) é praticamente unânime.

marioSão dois modelos distintos que não dispensam o esforço inicial de divulgação e que, ao atingir um determinado patamar, funciona como as coisas no vácuo, por inércia. De tempos em tempos vale uma correção de rumo para aparar os desgastes naturais da exposição continuada.

Desses dois modelos podemos estabelecer logo de cara que o primeiro é meio complicado para um game brazuca, principalmente por conta do custo do dinheiro. Então, se você é daqueles que sonha com um MMORPG verde e amarelo, bem, continue sonhando que sonhar não paga imposto.

Já no segundo caso o problema não é tanto o volume de grana. Na verdade é, mas antes dele se tornar crucial é preciso vencer uma etapa, tipo as provas classificatórias.

A busca por um personagem carismático não precisa ir até as florestas nativas, nem saltitar numa perna só, afinal o Mario não lembra em nada um japonês e muito menos um samurai.


Run Gringo Run! Game brinca com todos os clichés que a “Cidade Maravilhosa” tem para oferecer!


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Nosso famoso estereótipo do “Gringo”

Run Gringo Run foi desenvolvido pela Orla Interactive, um grupo formado por três brasileiros que visam criar jogos mobile com elementos regionais do Brasil, porém de apelo global. Em época de olimpíadas, o game foi destaque em sites como, Washington Post e The Independent, no jogo é possível notar muitos estereótipos que todos nós conhecemos, porém sempre de maneira cômica e divertida.

A chamada do game diz: Se você imaginou que o Gringo teria as férias dos sonhos, assistindo as Olimpíadas 2016 tranquilamente, enganou-se.

No game você deve ajudar o Gringo a fugir dos bandidos, salte obstáculos, desvie de obras inacabadas e pessoas no caminho, suba em favelas e atravesse túneis. Tudo isso em um ritmo vibrante e um cenário praiano paradisíaco.

Em Run Gringo Run você controla seus movimentos correndo, utilizando um longboard ou nas alturas com um parapente são algumas opções eletrizantes no seu caminho para elevar sua pontuação, coletando águas de cocos para adquirir diversos power ups ou customizar o seu Gringo!

Disponível gratuitamente para Android, Run Gringo Run chega não com intenção de ofender ninguém, e sim de conscientizar e mostrar os problemas do Brasil de um modo divertido e engraçado fazendo com que você se identifique e viva aventuras que só nós brasileiros conhecemos!