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McDonald’s muda pela 1ª vez o design da embalagem de Batata Frita para dar acesso a novo Game!


O McDonald’s está apostando pesado no sucesso da Copa do Mundo 2014 e, pela primeira vez na história, promoveu a mudança do design da caixa de um dos seus itens mais vendidos em todo o mundo para homenagear o evento esportivo que está sendo realizado no Brasil. Agora, ao invés do tradicional vermelho, as caixinhas de batatas fritas da companhia vêm com um desenho comemorativo ao mundial futebolístico e que pode ser utilizado em um jogo de futebol de realidade aumentada. 

Para brincar, o jogador precisa baixar o app para smartphones e tablets na página oficial da campanha, instalá-lo no dispositivo móvel e mirar a câmera para a caixa comemorativa de batatas fritas. O app se encarrega de transformá-la em uma trave e a mesa no gramado de um campo de futebol. 

Pela primeira vez na história a rede de fast food alterou o design das tradicionais caixinhas vermelhas para desenhos em comemoração ao mundial futebolístico. Com ele, caixas podem ser usadas como traves em jogo de realidade aumentada

Pela primeira vez na história a rede de fast food alterou o design das tradicionais caixinhas vermelhas para desenhos em comemoração ao mundial futebolístico. Com ele, caixas podem ser usadas como traves em jogo de realidade aumentada (Imagem: Reprodução) 

O jogo é simples e apresenta uma bola virtual que deve ser chutada para o gol. A cada gol feito, no entanto, objetos virtuais vão aparecendo na tela e desafiando o jogador a fazer chutes cada vez mais mirabolantes para alcançar o objetivo. Outros objetos reais também se transformam em elementos virtuais no jogo de realidade aumentada. 

O game foi feito em conjunto com dezenas de artistas, que também participaram do projeto de redesign das caixinhas da guloseima. Para a companhia, o momento da Copa do Mundo não poderia ser mais propício. “Estamos animados com essa iniciativa de engajamento e interação dos nossos consumidores com nossa mundialmente famosa batata frita”, disse Steve Easterbrook, vice-presidente e diretor global do McDonald’s em um comunicado à imprensa. 

Já para Natasha Weinstein, diretora de contas da agência Trigger, a criadora do game, o app é uma “ferramenta poderosa de marketing para a empresa”, chegando a superar comerciais televisivos e publicidade em mídias impressas. 

Muito embora o game exija que uma caixinha de batatas fritas personalizada seja utilizada, Weinstein garantiu que isso se modificará quando o evento futebolístico chegar ao fim. “Colocaremos novas caixinhas que poderão ser utilizadas como gol em circulação quando a Copa acabar. Portanto todos poderão se divertir”, disse a executiva. 

Para o McDonald’s, o grande atrativo do game é a possibilidade de inventar chutes utilizando os objetos virtuais que estão na tela. Tabelinhas com paredes, blocos, latas de lixo e coisas do tipo têm inspirado pessoas a criarem as mais diversas formas de alcançar o objetivo final, que é fazer o gol. “A recepção pelo público tem sido muito boa até aqui”, disse Weinstein em nome da rede de restaurantes. “Uma vez acostumado com o estilo do jogo, você poderá criar chutes realmente interessantes”, finalizou. 

O aplicativo GOL! de realidade aumentada é gratuito e pode ser baixado tanto para dispositivos iOS quanto Android no site oficial da campanha


Via: Canaltech 


Futebol não é jogo? Uma discussão sobre regras de jogos inspirada pela Copa do Mundo


A Copa do Mundo no Brasil estimula até o mais nerd dos nerds a discutir futebol. Afinal de contas, sabemos: gamer de verdade jogou pelo menos 80 horas em Skyrim, detonou GTA, discute por horas o time Pokémon perfeito e tem em World of Warcraft a sua religião – mas nunca tocou um jogo da série FIFA Soccer. A copa faz milagres.

Foi assim que iniciei uma discussão com o game designer, professor, autor, pesquisador e doutorando Vicente “Vince Vader” Mastrocola. Ao vermos o duvidoso pênalti marcado a favor da seleção brasileira logo no primeiro jogo da Copa, entendemos que o juiz é um elemento de imprevisibilidade dentro do jogo. Está lá para reforçar as regras, mas, assim como no RPG de mesa, pode interpretá-las como acha mais adequado dentro de certos limites não claramente delimitados em prol da competitividade, justiça e outros atributos subjetivos. Se as regras não são fixas, pode o futebol ser um jogo? Ou ainda, se a aplicação das regras depende da interpretação do juiz em campo, não se assemelharia o futebol mais ao RPG, por ter regras flexíveis?

Apresento essa discussão em profundidade em um texto que disponibilizo aqui, para os interessados.

Para resumir o papo, um exercício: Lembrem-se de todos os jogos digitais que já jogaram. Qual deles tem regras variáveis? Tomb Raider, Minecraft, Assassin’s Creed, Flappy Bird, Battlefield e Street Fighter podem ter múltiplos finais, estratégias, caminhos a escolher… mas todos possuem a mesma regra. Os tiros disparados pela Lara Croft causarão sempre o mesmo dano, pois seguem atributos programados pelo sistema.

Já no futebol, o juiz pode determinar se aquela despencada na área foi ou não pênalti. As regras, portanto, não são constantes, dependendo da interpretação do juiz. E agora, Arnaldo César Coelho?

Segundo a visão de Jesper Juul (2011), um dos gurus do Game Studies, e do nosso senso comum, o futebol é um jogo. Mas onde entra a “interpretação” das regras do juiz? A pergunta é importante pois não se aplica apenas ao futebol, mas a todos os jogos cuja aplicação e vigilância das regras dependem da interpretação e sensibilidade de pessoas, como esportes em geral, jogos de carta e tabuleiros, de interpretação, gamificações e quase todos outros que não são regulados por sistemas computacionais, como os videogames. Uma pergunta semelhante: caso o consumidor não siga o manual de instruções, ele está estragando o jogo?

JUUL - Classic Game Model

Vou dividir uma história pertinente. Por muito tempo joguei Monopoly da seguinte maneira: se caiu em um espaço com uma propriedade que ninguém comprou, você pode escolher se quer adquiri-la ou não. Caso não queira, ela se mantém com o banco até que algum outro jogador caia naquela mesma casa e compre-a, se por isto se decidir. Isto dificultava bastante o jogo que depende da junção de “coleções” de propriedades da mesma cor para possibilitar progresso, além da sorte nos dados, que precisava ser imensa para que um mesmo jogador conseguisse cair nos espaços desejados. 

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O tabuleiro de monopoly: os jogadores precisam ter todas as propriedades de uma determinada cor para progredir no game

Apenas recentemente descobri que há a regra do leilão, bastante clara no manual que acompanha o jogo: quando essa situação ocorre, a propriedade não volta para o banco, mas é leiloada pelo valor mínimo de $1, ganhando o jogador que pagar mais. Assim, qualquer jogador que caia naquela casa põe a propriedade em jogo, se tornando mais fácil adquirir coleções. Fiquei duplamente surpreso. Primeiro pela descoberta de que todas as injúrias proferidas aos criadores do jogo eram infundadas. Segundo, e mais importante, por termos utilizado regras alteradas e isto não ter aparentemente impactado na nossa experiência enquanto jogadores, pois vínhamos consistentemente nos divertindo com Monopoly.

Como agentes reforçadores da regra, eu e meus colegas jogadores falhamos terrivelmente. Nós não seguíamos as regras à risca e, ainda, inventávamos outras regras para suprir nossa incompetência em ler um manual com atenção. Poderíamos dizer que não estávamos jogando, pois flexibilizamos as regras? Como juízes do jogo, alteramos a regra escrita, interpretamos mal, mudamos lances… e, por isso, deixamos de jogar?

Quem apresenta tal discussão com grande maestria é o Doutor Gonzalo Frasca em sua dissertação (2007), onde procura, inicialmente, definir o que é jogar e o que é jogo – uma discussão que pode parecer tola ao senso comum já que envolvem a atividade e o objeto que são tão comuns no cotidiano, mas que possuem inúmeras interpretações e, portanto, de difícil debate acadêmico. Separar o jogo enquanto objeto (e sua estrutura formal) do ato de jogar e considerar ambos essenciais para a existência do jogo como um todo é a chave para a compreensão desta situação. Não basta uma estrutura formal, é necessário que os jogadores acreditem no jogo. Afinal, para Frasca, “jogar é subjetivo” (p.50). Isso significa que uma determinada atividade pode ou não ser jogo, dependendo, entre outros elementos, de um estado mental dos envolvidos. 

A partir de Frasca, diria que o papel do juiz, desde o princípio dos jogos, é de reforçar as regras e, mais importante, de manter coeso o envolvimento dos jogadores e espectadores com o jogo. Temos a sensação que as decisões tomadas são hora a favor do nosso time, hora do oponente – o que talvez demonstre nosso envolvimento enquanto espectadores – mas, acima de tudo, as decisões do juiz são sempre a favor do jogo enquanto um sistema de regras que exigem participação para produzir sentido. A imprevisibilidade, colocada em questão, não é um atributo particular do juiz, mas de todo o sistema do jogo. O juiz é tão culpado de ser imprevisível quanto o jogador, que pode ter cãibras ou que pode “acreditar na bola” e fazer um lance memorável.

arcade-1-arm-carVejo essa discussão muito pertinente para quem trabalha com gamificação. Afinal, como fazer com que os usuários do seu website, alunos em sala de aula e funcionários em treinamento se mantenham participativos? Como respeitar os diferentes perfis e fazer, ainda, com que todos gostem do conteúdo? Essas são dúvidas que eu possuo enquanto um profissional que trabalha com isto. Compreender que o ato de jogar é subjetivo faz-me sentir como um juiz de futebol, ou um mestre de RPG em sala de aula – não tenho um sistema computacional que faça meus alunos seguirem à risca as regras, e por isso sinto que é preciso retorcer certos limites para manter esse estado mental de participação. Uma vez quebrado, dificilmente é restaurado.

Afinal, se o problema reside na dependência da imprecisa decisão humana para o seguro prosseguir do jogo, o próprio Juul reconhece o papel da computação nesse processo. Não se trata da aplicação de câmeras nos estádios, como disse anteriormente, mas de criar sistemas computacionais que geram diferentes experiências para seus usuários – conhecidos como cibertextos (AARSETH, 1997) ou videogames. Eles mudaram a forma através da qual as regras são processadas em um jogo, pois conseguem manejar regras complexas e suas inúmeras dinâmicas de modo que seres humanos jamais conseguiriam (JUUL, 2011, p 53). Portanto, se alguém espera um jogo de futebol preciso onde as regras são aplicadas à risca e de modo matematicamente inquestionável, é melhor ligar seu PC e jogar o FIFA 14.


Ser Jogador no Brasil é coisa de Rico?


Um bom dia, boa tarde ou boa noite. Estou aqui, por estas breves palavras, para introduzir-me aos leitores deste ótimo site. Sou Daniel Gomes, fui convidado pelos administradores daqui para escrever algumas parcas linhas opinativas para ajudar você, gamer, leitor, consumidor, marketeiro ou um simples curioso, a pensar um pouco neste mundo de sons e imagens que tanto adoramos. O que eu sou? Um ser humano perturbado que trabalha na área de Análise de Sistemas. De onde? De Fortaleza e, por agora, chega de falar da minha pessoa. Vamos seguir em frente por aqui!

Antes de forçar você, leitor, a continuar a leitura de um texto que poderia ser longo ou não, a resposta para a minha pergunta é SIM.

Depois disso, vamos tentar dialogar do porque da natureza desta resposta que segue consonante com aquilo que vemos nos dias de hoje – na verdade antigamente também – aqui no Brasil.

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Há algumas semanas a EA anunciou o seu jogo para a Copa do Mundo de 2014, que vai ser sediada aqui no nosso adorável país, com as suas belas musas e praias tropicais, onde ninguém se queixa de nada e tudo funciona as mil maravilhas. Com este tipo de pensamento, podemos até achar que vivemos num paraíso – que só é assim para os ricos e abastados -, coisa que não é bem verdade.

O anúncio deixou muitos fãs do esporte chamado Futebol com os ouvidos em pé, pois o mesmo viria com todos os jogadores psicografados e todos os nossos estádios virtualmente lindos – só no virtual, porque na real… – e pelos preços praticados na antiga geração, que já estavam entre 79 e 149 reais os lançamentos, muita gente estava já colocando a mão no bolso para pagar por mais uma DLC da EA…

Estavam, pois a EA anunciou que o mesmo seria vendido por nada menos que 250 reais, é isso aí amigos, DUZENTOS E CINQUENTA DILMINHAS! Se comparado com a versão americana, que está custando 60 dólares e 50 euros nas Oropas, só aqui no país tupiniquim se paga mais caro por algo que, sinceramente, é bem meia boca.

Depois de um certo tempo e com a velha desculpa da diferença cambial, o jogo seria vendido por 199 reais – o que não deixa de ser extremamente caro e oportunista – para o PS3 e o XBoX 360.

Daí fica-se aquele amargor na boca e a pergunta mais frequente de todas. Será que o brasileiro, com o que ganha em média, consegue arcar com os custos de jogatina? Se você for trabalhador e que ganha dois salários mínimos, tem conta para pagar e é solteiro, a resposta é quase certamente não. Seria mais folgado ser um jogador por aqui se você ganhasse três ou mais salários mínimos ou, no caso, comprar um console e comprar, num máximo, uns 3 ou 4 jogos por ano.

E estes dois hein? 2.299 e 4.000 dilminhas respectivamente não é para qualquer um!

E estes dois hein? 2.299 e 4.000 dilminhas respectivamente não é para qualquer um!

Claro que temos as alternativas online, onde alguns jogos podem sair de graça ou a preços de banana, mas, ainda assim, não é todo mundo que pode dar 700, 800, 1000, 2000 ou 4000 reais num console e mesmo quando o fazem, não podem arcar com os custos adicionais que estes aparelhos dão ao dono. Controle adicional – com ou sem fio -, adaptador para não sei o que, assinatura mensal ou anual e mais um monte de apetrechos para arrancar dinheiro do consumidor.

Com os custos Brasil que pesam por demais no bolso dos cidadãos deste país, tentar alimentar uma jogatina pode sair mais caro do que pagar uma boa faculdade e não é todo mundo, desde que videogame veio a ser lançado no Brasil, pode arcar um custo enorme como este, diferente de nossos amigos viciados nos EUA e na Europa.

Enquanto tivermos empresas que pensam que consumidores são idiotas e que podemos pagar 3 vezes mais o preço de que era para ser cobrado num produto, o país não vai para frente e o consumo e o endividamento só ferra o consumidor.

Ou, pelo visto, só tem rico no país.