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Satellite Rush, shooter sci-fi brasileiro, tenta a sorte no Kickstarter


Não é novidade que o mercado brasileiro de jogos não é promissor no que tange conseguir investimento e/ou o apoio de produtoras para desenvolver seu projeto. Então não é de se espantar que muitos desenvolvedores brazucas busquem outras formas de conseguirem dinheiro. Uma das mais comuns é o financiamento coletivo.

Temos alguns casos de sucesso de crowdfunding de jogos brasileiros, como A Lenda do Herói que bateu recordes no Catarse e o Chroma Squad que foi financiado através do Kickstarter. Agora é a vez da Kimeric Labs, desenvolvedora do Rio de Janeiro, tentar a sorte. O jogo deles, Satellite Rush, está buscando financiamento através do Kickstarter.

O Jogo

Satellite Rush é um shooter sci-fi top-down, com gráficos em pixel art e elementos roguelike e procedurais. Alguns têm se referido ao jogo como o The Binding of Isaac brasileiro, já que este é fortemente influenciado pelo título de sucesso de Edmund McMillen.

Gordinho -Satellite-Rush-marketing-gamesEm Satellite Rush você é o Gordinho, um trabalhador que é abduzido para uma arena extra-terrestre onde tem que derrotar alienígenas facínoras e robôs sanguinários enquanto tenta manter a platéia feliz. Um público entretido irá jogar itens e power-ups para você, já um público entediado irá – no mínimo – te vaiar… Smash TV, alguém?

Você terá várias armas inter-galáticas a seu dispor para derrotar os diferentes inimigos e cada nova sala trará uma surpresa! Por se tratar de um jogo com design procedural, a ordem das fases sempre muda e seu trajeto será diferente cada vez que jogar. O game é bastante desafiador (ser abduzido não é para os fracos), mas muito, muito divertido e engraçado.

O melhor de tudo é que com apenas $5 o jogo será seu! É claro que se gostou mesmo do conceito, você vai querer escolher uma recompensa mais alta, mas saiba que por muito pouco você ganha o jogo e recompensas, além de ajudar a fomentar a indústria brasileira de jogos!

Então dá uma chegada na campanha de Kickstarter do Satellite Rush e escolha seu pledge!
Aproveite e experimente o demo do game! 😉


Financiamento Coletivo – 6 dicas do Recordista de Arrecadação mais rápida do Catarse


No dia 11 de abril de 2014, entrou no ar o Projeto Warzoo, um jogo de cartas customizável parodiando o livro “A Revolução dos Bichos” de George Orwell. Em menos de cinco horas, a campanha bateu a meta de R$ 10 mil e estabeleceu um novo recorde de arrecadação mais rápida do Catarse, superando o livro Vai Lá e Faz e a banda Raimundos. Ficamos muito bem impressionados e fomos atrás do pessoal da Ace Studios para entender como eles obtiveram sucesso tão rápido.  

fel barros

Fel Barros

Elaboramos 6 dicas com a ajuda do game designer Fel Barros, fundador do estúdio e realizador do projeto. As aspas são as dicas: 

1 – Construa uma rede antes do projeto entrar no ar: “Seja o seu projeto sobre teatro independente, cinema equatoriano, quadrinhos ou qualquer outra coisa, procure comunidades no facebook, grupos de discussão e fóruns onde as pessoas do seu nicho/público-alvo se reúnem”.

financiamento-coletivo-M&G-1Achou essas redes? Fique próximo delas, isso é muito importante para que você conheça o seu público e as pessoas também possam conhecer você e o seu trabalho. Não deixe para dar as caras só quando a campanha entrar no ar. Seja ativo na comunidade, participe dos debates, compartilhe conteúdo relevante, mesmo que elas não tenham a ver diretamente com o seu financiamento coletivo. Além de ser divertido, você vai aprender muito e trazer as pessoas para perto de você e do seu projeto.

2 – Crie expectativa: “O nosso projeto começou a ser pensado um ano antes de ir ao ar. Fizemos um banco de referências, planejamos a ‘construção da expectativa’ dos potenciais compradores, pensamos qual o melhor momento para entrar no ar, como seria o vídeo, a página, a duração da campanha e a campanha pré-catarse”.

Sabemos que muitas vezes o financiamento coletivo é “emergencial”, um recurso à mão quando não dá mais para esperar para ser contemplado por um edital ou correr o risco de perder o momento do projeto. Quanto mais bem planejada for uma campanha, porém, maior a chance de obter sucesso.

financiamento-coletivo-M&G-23 – Pense na data de lançamento: A escolha da data de lançamento é um fator muito importante para quem quiser já sair bem na largada. Por exemplo, se o carro-chefe do seu projeto são recompensas de valor elevado, talvez não seja uma boa ideia lançar o projeto no fim do mês. Afinal de contas, não tá fácil pra ninguém. Também é importante pensar se existe alguma data comemorativa que possa servir para impulsionar a divulgação da campanha e gerar buzz. O jogo Pequenas Igrejas Grandes Negócios, que está no ar nesse momento, por exemplo, arrecadou mais de R$ 5 mil nas primeiras horas. Eles souberam aproveitar o gancho do feriado religioso da Semana Santa para lançar o seu projeto. Combine com antecedência com a equipe de atendimento do Catarse uma data para o projeto entrar no ar. Assim, você terá tempo para divulgar em toda a sua rede essa data e construir uma expectativa para o lançamento.

4 – Anuncie o lançamento da campanha: Essa dica pode parecer inocente (sabe de nada!), mas a verdade é que muito realizador não se movimenta no primeiro dia de campanha. Faz um postzinho no seu perfil pessoal no Facebook ou solta um tweet e fica esperando as pessoas “descobrirem” o seu financiamento coletivo. Para vocês terem uma ideia, estão no ar no momento mais de 160 projetos. Nem todo mundo fica garimpando projetos na plataforma. Principalmente no início a grande maioria dos apoiadores vão ser trazidos diretamente pelo realizador. Depois, vão entrar outros fatores que podem fazer com que o projeto viralize, mas nos primeiros dias é quando o realizador precisa ralar mais para se destacar.

financiamento-coletivo-M&G-35 – Chama o primeiro círculo para chegar junto logo: A pesquisa Retrato do Financiamento Coletivo no Brasil dividiu os apoiadores dos projetos em três círculos de contato do apoiador. O terceiro e mais distante é o interesse público: são pessoas que o realizador não conhece, mas se interessaram pela proposta do projeto. O segundo são conhecidos e amigos dos amigos, pessoas que gostaram do projeto quando ficaram sabendo ou já conheciam o trabalho do realizador. E o primeiro são os amigos mais próximos e parentes. Muitos deles vão apoiar o projeto mesmo sem entender muito bem o tema, apenas por gostarem do realizador e conhecerem seu esforço. Bem, se a sua tia que te dá chocolate vai apoiar o projeto de qualquer maneira, porque não pedir pra ela apoiar logo no primeiro dia? É importante que você consiga converter o mais rápido possível os apoios que considera certos. Assim, você constrói uma rede de confiança em torno do seu projeto que dará segurança para os outros círculos da comunidade também te apoiarem. O bacana é que o contato com as pessoas desse primeiro círculo seja direto: uma ligação, um e-mail pessoal, uma conversa privada em um chat. Nessa conversa você deve explicar a importância do apoio logo no início para fazer o seu projeto ganhar relevância.

6 – Recompense os Early Birds (Pássaros Madrugadores) – A expressão vem do provérbio em inglês “The early bird catches the worm”, que , ao pé da letra, seria “O pássaro que madruga pega a minhoca”. Algo como o nosso “Deus ajuda quem cedo madruga”. A ideia traduzida pro financiamento coletivo é incentivar as pessoas a apoiarem logo o seu projeto. Para isso, ofereça suculentas minhocas (ou recompensas) para os primeiros que entrarem na página do seu projeto. Afinal, pássaro nenhum acordaria cedo se não tivesse minhoca.  No caso do Warzoo, os 50 primeiros apoiadores ganhavam R$ 10 de desconto no jogo. Essas cotas esgotaram muito rápido! É um dos melhores métodos para estimular os apoios iniciais. (Nota Mental: Pássaro Madrugador dá um ótimo nome para um super-herói).

E aí já usou ou viu alguma estratégia legal para estimular apoios no início? Fala como foi aí nos comentários.

Aproveite e dê uma olhada nos outros projetos da categoria de Jogos e não se esqueça de curtir a página da Facebook.

Via: Blog Catarse


Novo líder de arrecadação no Catarse, A Lenda do Herói tem tudo para virar Game ainda esse ano!


Em apenas 24 horas de arrecadação, o projeto A Lenda do Herói, nova empreitada dos Castro Brothers, já havia alcançado a marca dos R$ 40 mil reais, dentro de uma premissa inicial de R$ 125 mil para o projeto. A dupla é famosa na rede pela criação de webséries no YouTube, como Um Joystick, Um Violão, hoje com mais de 20 milhões de visualizações, e Joystick TV, lançada em julho passado. A Lenda do Herói é um spin off do trabalho original dos irmãos realizado em vídeo e que conta, de forma bem humorada, as desventuras de um herói de games frente aos inúmeros desafios e chefes de fase, até a conquista da vitória, do tesouro ou da mão da princesa. Dos vídeos, os Castro partem agora para o jogo digital.

Marcos Castro, criador da série original e também comediante, matemático, músico, gamer e vlogger, trocou algumas palavras com o site Play’n’Biz, junto com Rafael Bastos, do estúdio Dumativa, em um papo extremamente amistoso, para apresentar mais detalhes sobre o projeto.

Os irmãos Marcos e Matheus Castro

Play’n’Biz – Quando o projeto foi lançado no Catarse?

Marcos Castro – Terça-feira, 22 de julho, às 20h.

P’n’B – Atualmente, o canal no YouTube acumula quase 100 milhões de visualizações. Com toda essa base de fãs dos videos, qual a expectativa do grupo para o game?

Marcos Castro  – Para nós, este resultado é surpreendente. A campanha começou ontem (terça-feira, às 20h), e à meia-noite de quarta já tínhamos nos tornado a quinta maior arrecadação nas primeiras 24 horas da história do Catarse! Agora, de tarde (da quarta-feira), recebemos a notícia que já ocupamos a segunda posição deste ranking e ainda existem chances de este recorde ser quebrado hoje. Estamos muito felizes mesmo. Para nós, isso só comprova a força da internet. Ela tem um poder incrível e veio para mudar a forma como vemos o mundo e interagimos.

P’n’B – Restam 57 dias de campanha para o projeto. Os irmãos Castro pretendem lançar alguma ofensiva para conquistar um maior número de adeptos?

Marcos Castro  – Sim, pretendemos lançar mais detalhes sobre o jogo e divulgar a nossa programação para metas estendidas. Nossa intenção é tentar superar a marca de R$ 125 mil e investir todo dinheiro arrecadado em melhorias para o jogo. Estamos fazendo de tudo para que ele seja muito bacana em todos os sentidos. Este jogo não é só um grande sonho meu e do Matheus: é também uma forma de homenagear os nossos fãs e sempre lutamos para produzir projetos com alto padrão de qualidade. Foi assim com “Um Joystick, Um Violão”, “Joystick TV” e “A Lenda do Herói” e também será com “A Lenda do Herói – O Jogo”.

P’n’B – O projeto conta com a participação do estúdio Dumativa no desenvolvimento e roteiro de Fabio Yabu. Como está o andamento da produção nesse momento?

Rafael Bastos - Dumativa Estúdio de Criação

Rafael Bastos – A gente está fechando o documento base do projeto: o GameDesign Document (GDD), criado com base nas discussões dos últimos meses. Nele, estarão todos os elementos do projeto e cada detalhe da história. Ela foi criada com a participação do Fábio Yabu e poderia render vários jogos (risos). A Dumativa ajudou a desenvolver este documento e vai desenvolvê-lo. Nós acompanharemos toda a produção e faremos tudo em parceria com a equipe do Marcos e do Matheus. Aliás, isso já tem feito parte da nossa rotina nos últimos meses e tem funcionado bem.

P’n’B – Como funcionará a narrativa do jogo com as canções, que são um elemento central dos vídeos? Haverá inserção de trechos aleatórios das canções, dependendo da localização do personagem?

Rafael Bastos – Existem muitos cenários com os quais a música vai interagir. Alguns serão aleatórios, outros, mais fechados e alguns, até como puzzle. A música realmente será um ponto forte deste game. Ela não só vai contar uma história, mas vai ser um elemento quase que primordial para progredir no jogo.

P’n’B – Outro elemento clássico dos vídeos está na presença do humor e do inusitado das situações, que ficam risíveis quando narradas pelos bardos. O que você pode adiantar em relação à manutenção do humor no game?

Rafael Bastos – A piada vai ser quase a primeira coisa a ser feita. O level design está em cima basicamente do que a gente quer tirar sarro. A maior dificuldade será levar este humor para outros idiomas. Temos refletido sobre isso desde as primeiras reuniões. Sabemos que será trabalhoso, mas estamos ralando bastante para que o resultado seja bem bacana.

Cenas do vídeo A Lenda do Herói, para a campanha no Catarse

P’n’B – A ideia da Lenda do Herói faz pensar inevitavelmente na Jornada do Herói, de Joseph Campbell. Existe alguma relação entre o projeto dos Castro Brothers com as premissas do pensador norte-americano?

Marcos Castro  – A relação com a Jornada do Herói é inevitável, naturalmente. E não é coincidência. A Lenda do Herói é um ode aos clichês dos games 2D de plataforma, e exatamente por isso usamos o nome mais clichê possível para o herói: Herói. E a Jornada do Herói fala exatamente disso, do monomito que une as mais diversas histórias já contadas nos mais diversos locais no decorrer da humanidade. É a “receita do bolo” para as histórias, da mesma forma que os clichês dos games são a “receita do bolo” do nosso projeto.

Rafael Bastos – Acho que o nosso herói bebe da mesma fonte que qualquer herói – afinal, ele é uma paródia. Mas a sua motivação como herói vai evoluir, sua história será contada e acredito que, nesse ponto, a presença do herói clássico seja dissuadida da original. Campbell não fala somente do herói, mas de seu contexto. Além dele, temos Homero, Tolkien e vários tipos de autores que abordaram os mais diversos tipos de heróis. Acredito que A Lenda do Herói está mais centrada na lenda que no herói. Mas acho que se eu falar mais eu estrago a surpresa (risos).

P’n’B – Os vídeos aludem a vários games das gerações de 8 e 16 bits, que soam como uma homenagem a estes jogos. Esta estrutura estará presente também no jogo? Como criar esse recurso sem ferir os direitos de propriedade intelectual das empresas originais?

Rafael Bastos – Não faremos uma referência direta a estes jogos, mas, sim, a uma geração: a todos que passaram parte da infância e adolescência jogando games feitos em pixel art. O nosso herói é outro, até porque estamos em outra época. De qualquer forma, vamos brincar com tudo aquilo que era clichê, até pelas limitações tecnológicas dos anos 80 e 90, e que resultou em uma explosão criativa que influencia os games ainda hoje.

P’n’B – Se o valor do Catarse não for atingido o que o grupo pretende com o projeto? haverá a continuidade da proposta com outro prazo de produção ou a ideia ficará na memória de seus fãs?

Marcos Castro  – No momento, este jogo é o grande projeto das nossas vidas e vamos fazer de tudo para que ele se torne uma realidade. Se a campanha não for bem sucedida, repensaremos o escopo do projeto, mas no momento não trabalhamos com esta hipótese. Formamos uma equipe para esta campanha dar certo e estamos trabalhando duro para alcançar este objetivo. Na semana anterior ao lançamento, dormi apenas cerca de três horas por dia! Mas até agora todo este sacrifício tem valido a pena.  Nas primeiras 24 horas de campanha nós arrecadamos quase 40 mil reais, o que fez de nós o projeto que mais arrecadou nas primeiras 24 horas em toda a história do Catarse.

(Nota do Editor: Os questionamentos foram encaminhados antes do processo de arrecadação, quando ainda não havia previsão do montante já verificado no sistema. Há grandes chances do projeto ultrapassar em muito o valor originalmente solicitado.

A Lenda do Heroi LogoP’n’B – Para quais plataformas está previsto o lançamento do jogo? Há conversas em andamento com as empresas de consoles de games? E para os mobiles e portáteis?

Rafael Bastos – Sim. A gente quer lançar para todos os consoles. O mais fácil hoje é o WII U, pois a Dumativa já é desenvolvedor autorizado da Nintendo e tem acesso ao equipamento e software para isso. Mas já estamos estudando a possibilidade de trabalhar com outros consoles. Na verdade, tudo isso requer investimento e vai depender do andamento da campanha.

P’n’B – Qual a coisa mais inusitada do game para a equipe de desenvolvimento?

Marcos Castro  – Existem muitos vídeos baseados em jogos (gameplays), mas são poucos os jogos baseados em vídeos. Se tudo der certo, vou querer ver vídeos baseados nogameplay do nosso jogo. É como se A Lenda do Herói estivesse “voltando para casa” (risos).

A campanha continua até o dia 19 de setembro no Catarse, acesse clicando aqui!

Via: Play’n’Biz