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Google vai deixar de chamar jogos com compras in-app de gratuitos


Quem nunca baixou um jogo por ele ser de graça, que atire a primeira pedra! Brincadeiras à parte, mesmo que você não seja daqueles que baixa vários jogos gratuitos apenas por não haver custos, uma vez ou outra houve uma motivação por não haver a necessidade de compra. Eis que você termina achando a proposta do jogo interessante e decide desbravar por aquele universo, até que você recebe a  mensagem de que o jogo não estará mais disponível, a não ser que seja pago uma quantia em dinheiro, ou que se espere um bom tempo para poder jogar novamente.

video-games-mobile-gamingEste é o momento em que só há duas opções: a completa frustração ou desembolsar aquele valor para que se possa suprir a vontade de voltar a jogo.  Para nós, tornou-se algo bem comum, mas se analisarmos mais afundo, não seria uma falta de comunicação das empresas envolvidas na divulgação do jogo, ou até mesmo um espécie de oportunismo?

Partindo desse tipo de reflexão, a União Européia foi mais longe, pois solicitou que a Google e Apple modificassem a forma de divulgação de jogos que possuem transações in game, para que seja deixado claro de que forma a empresa se propõe a oferecer o produto. O motivo defendido é motivado por uma série de  reclamações que já vem sendo feitas contra o Google e a Apple, alegando que ao se baixar um jogo que seja dito como “free”, na verdade não corresponde completamente ao que o produto oferece. Partindo disso, o Google anunciou que será feito modificações quanto à nomenclatura, para que não haja mais confusões como essas; deixando claro os produtos que sejam necessário algum tipo de transação financeira, enquanto a apple não anunciou nenhuma mudança imediata, mas prometeu adaptar o seu sistema operacional às exigências que estariam sendo feitas.

Tendo em vista a forma como os jogos gratuitos se propõem a lucrar, é algo natural que os mesmos ofereçam vantagens para que o usuário pague por alguns benefícios que o jogo não oferece em sua versão mais simples. O problema é que muitas empresas induzem o usuário à baixar o jogo, onde o mesmo começa a jogar e se interessar pelo conteúdo do jogo, até que o mesmo impede que o jogador continue a partir dali, sendo necessário algum tipo de pagamento ou uma grande espera para poder retornar, gerando uma grande frustração, induzindo à compra impulsiva. Do ponto estratégico, é algo que funciona, mas a reflexão está sob o âmbito do lucro e da transparência com o consumidor. Relacionando todos esses fatores, é possível perceber que na antiga relação não havia  transparência, mas sim o oferecimento de algo incompleto.

Quando se trata de jogos, adquirir itens que possam facilitar sua expêriencia ou adicionar algo à ele não é nenhum problema, pois é um direito de escolha do jogador, também não é errado oferecer algo que posteriormente seja necessário pagar para ter mais google-playconteúdos ou facilidades; afinal, demos de jogos tem o intuito de apresentar o game ao jogador, deixando que o mesmo escolha entre comprar posteriormente ou não. É importante que se tenha transparência nas relações que envolvem o consumidor e o produto.

O tema aqui discutido é importante pelo fato de que o mesmo desencadeia uma série de reflexões quando se trata deste tipo de transação, e de que forma é necessário que haja uma comunicação entre empresas e o público-alvo. Acredito que a mudança proposta é algo que deve ser idealizada por todas as empresas independente do ramo de atividade, pois dessa maneira estaremos estabelecendo uma relação mais saudável e sincera.

Lembrando que da mesma forma que ao se frustrar o usuário pode pagar para obter benefícios, o mesmo pode se sentir-se infringido por estar sendo obrigado à pagar por algo que foi ofertado como gratuito, resultando num abandono de um jogo que poderia se tornar muito mais do que essa experiência prévia, que deixaria de ser concretizada por completo.

Nos diga você, o que acha da proposta dessas mudanças?

Fonte: Aberto até de Madrugada
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