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Blast Processing e a força do marketing!


Bom senhores, primeiramente gostaria de dizer a todos que aqui são leitores do Marketing & Games, um longuíssimo pedido de desculpas. Ia fazer quase um ano que não posto nada aqui e, não sei como ainda não demitido no meu cargo de articulista, mesmo prometendo ao chefe que iria postar algo desde de fevereiro deste ano. Mas é isto que aconteceu, uma mister entre falta de tempo, outras prioridades e, também, sem um foco muito definido do que eu poderia escrever aqui, mas cá estou e cá ficarei, assim como voltarei a ser articulista em outros sites, mesmo com o meu canal e site no ar.

O importante, acima de tudo, é tentar compartilhar opiniões e afins aqueles que estão ali para lerem, então, mais uma vez, me desculpem por toda a ausência neste tempo que se passou, mas, agora, vamos ao que interessa?

blast-processing-marketing-gamesBlast Processing, uma inverdade?

Vamos lá, para quem não sabe o que é o termo “blast processing“, vai aqui uma breve explicação:

A Sega queria mostrar que o Sega Genesis (o Mega Drive nos EUA) era mais legal que o Super Nintendo, e com a evolução das suas propagandas, a empresa acabou por inventar o termo “blast processing” (a origem do mesmo vem de um truque obscuro de programação) que sugeria que o poder de processamento do Mega era muito superior que do Super Nintendo. Wikipedia

Claro que aqui no Brasil isto sequer foi usado, já que a Tectoy tinha, digamos assim, uma posição privilegiada se comparada a outras empresas, na verdade, se formos analisar, a mesma só veio a ter problemas bem depois quando o Mega Drive deixou de ser importante para o mercado gamer nacional, mas indo para o lado dos Estados Unidos, o uso deste termo acirrou por demais a conhecida Guerra dos Consoles, ou, a eterna briga entre a SEGA x Nintendo pela dominância do mercado norte-americano de videogame.

Somente após o advento da Internet é que pudemos saber um pouco melhor do que houve no começo da década de 1990 e, assim, poder analisar bem o que foi esta grande briga entre estas duas empresas. Cada uma, a sua maneira, dando voadoras, rasteiras e socos uma contra a outra, pegando cada migalha do acirrado mercado norte-americano, usando, de forma geral, todas as armas possíveis de marketing, mesmo quando elas não passavam de uma invenção fantasiosa e nada mais.

Se você pudesse ir aos EUA e perguntar aos gamers da época sobre qual seria a maior lembrança deles da SEGA, a grande maioria iria responder, quase certamente, “Blast Processing” de uma forma ou de outra. O termo foi bastante usado pela empresa durante um bom tempo de suas campanhas de marketing por lá, dizendo que o Mega Drive tinha algo bastante peculiar e melhor que o Super Nintendo.

Assim como muitas outras palavras-mágicas do marketing, o Blast Processing não era nada além de um truque barato, um termo que grudava na cabeça das pessoas chamando a atenção delas sobre algo que não existia, basicamente. E para toda criatura, existe um pai, e o homem a ser “culpado” neste caso, é Scott Bayless, que aparece na foto abaixo

Blast Processing-marketing-games

Scott Bayless segurando um Sega CD.

E, apesar de aparecer uma propaganda de duas páginas, Bayless foi um entre muitos outros que trabalharam nas campanhas de marketing da SEGA que sequer são conhecidos por aí.

Vejam o que ele diz a respeito da criação do Blast Processing:

Tristemente eu tenho de receber a responsabilidade por este termo assombroso. Marty Franz [Diretor Técnico da SEGA] descobriu que ele poderia fazer um truque no sistema de imagem do Mega Drive que resultava melhorar a parte de cores do console, assim podendo disponibilizar um pouco mais além dos 64 simultâneos na tela. Existia, claro, muitos fatores sutis de como fazer isto, mas era algo legal de se fazer.

Então durante o lançamento do Sega-CD, o pessoal das Relações Públicas da SEGA fizeram uma entrevista comigo perguntando o que tinha de interessante, no ponto de vista técnico, no aparelho.

E, em algum momento, falei que a gente poderia explodir (blast) dados nele e fazer coisas loucas. Bem, eles adoraram a palavra blast e de repente o Blast Processing surgiu. Nintendo Life

O Blast Processing seria isto mesmo?

Claro que muitos aqui vão argumentar que, na verdade, o termo simplesmente se refere ao fato do processador do Mega Drive ser mais rápido que do Super Nintendo, duas vezes a mais, verdade seja dita. Sem contar que o processador de vídeo do mesmo permitia taxas de transferências bem maiores que o do console rival, só que, ao invés de ter algo real, como o Mode 7 do Super Nintendo, o termo Blast Processing não passa de algo bem fantasioso, que funcionou, de certa forma.

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A forma de como as empresas criam os seus slogans, os seus logos, os seus termos, é, claro, pensando justamente na forma de entrar na cabeça do consumidor, tanto é, quando há uma mudança muito brusca, dificilmente aquilo tem o mesmo apelo que antigamente e empresas como a SEGA, Nintendo, Sony tem os seus logos tais quais como eram desde a década de 1980 ou até antes.

E eu pergunto para vocês, quais termos, frases impactantes, seja de games, seja de produtos por aí vocês se lembram na hora que alguém fala determinada marca?