Author Victor Hugo Da Pieve

Especialista em Design de Interação (PUC-MG) e graduado em Design de Jogos e Entretenimento Digital (UNIVALI) é apaixonado pela experiência que os Jogos Digitais podem proporcionar. Atuou com Pesquisa e Desenvolvimento de Jogos focados em crianças com transtornos (TDAH e Autismo). Atualmente é Game Designer na equipe acelerada pela Playbor, uma aceleradora de jogos digitais brasileira, a primeira da América Latina.


Fazer ou não: Graduação em Jogos Digitais?


Você está pensando em trabalhar com games, mas será que no nosso país ter uma graduação em jogos digitais é o caminho?figV_dúvida

Dúvida de muitos, essa é uma questão que gera muita discussão e vou falar aqui sobre a minha experiência. Em um mercado de jogos crescente e com previsão de arrecadar 107 bilhões de dólares em 2017 segundo a Newzoo, buscar uma graduação na área parece uma boa jogada. Mas, na maioria dos casos não é. 

Criada a cerca de dez anos, a graduação em Jogos Digitais ainda é recente e em grande parte das universidades existe falta de conhecimento para elaboração da grade curricular que seja relevante e adequada às necessidades do mercado. Com cursos mal estruturados e sem foco, mas atraindo estudantes que buscam transformar sua paixão em profissão, a cada ano formam-se universitários despreparados para enfrentar um mercado tão disputado. Em contra mão, no Brasil a quantidade de empresas desenvolvedoras de jogos ainda é pequena e não absorve a esmagadora maioria desses profissionais. O resultado é o esperado: desemprego. Mas isso não acontece em vários cursos? Provavelmente esta foi a pergunta que veio sua mente. Sim, acontece em qualquer curso. E o que tem de diferente conosco? O diploma.

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Ainda hoje o certificado obtido após anos de estudo é requisito básico para candidatar-se a inúmeras vagas. Mesmo que na graduação você tenha visto e aprendido uma infinidade de programas e teorias, o título que carregamos reduz exponencialmente as oportunidades no mercado por falta de conhecimento do mesmo. Se você é um excelente programador formado em de jogos digitais, mas não trabalha na área e tenta buscar uma vaga em alguma empresa de desenvolvimento de softwares, os requisitos são claros: graduação em sistema de informação, ciências da computação.

A falta de conhecimento da sociedade ainda cria barreiras para migrarmos da área de jogos para outras. Para muitos implicará na dificuldade em ingressar do mercado de trabalho, para outros servirá como motivação para começar sua própria empresa. Com o passar dos anos acreditamos que essa realidade mudará, mas até o momento um diploma na área não é a melhor opção.

Então qual o melhor caminho a seguir? No próximo artigo discutiremos isso 😉