Excessivamente sonhadora e idealista, acredita que trabalhar com games é um dos meios mais eficazes para quem deseja criar um impacto significativo no mundo. Gamer desde criança, decidiu que queria trabalhar com jogos após cursar uma disciplina sobre o tema na faculdade de Multimídia. Está terminando a pós em Jogos Digitais, é professora no SENAI, ministra cursos e oficinas, pretende montar uma produtora de games holísticos e mantém o portal www.ummundodejogos.net.
Leela é uma palavra em sânscrito que significa jogo, lazer ou atividade recreativa. E este é o nome do game criado e lançado em 2011 pelo renomado “poeta-profeta da medicina alternativa” Deepak Chopra para espalhar seus ensinamento por meio de uma incrível jornada, que combina técnicas e ensinamentos ancestrais com a potencialidade dos videogames contemporâneos.
Em uma entrevista para a Forbes [1] Chopra afirma:
“Eu tenho observado toda a cultura dos videogames por um tempo, e um dia, de repente, ocorreu-me que este é o veículo perfeito para expressar o que eu venho dizendo em meus 64 livros, e que nós podemos tornar isso divertido, sem deixar as pessoas todas embrulhadas na compreensão intelectual da consciência…”
Não existem os conceitos de ganhar ou perder em Leela, o objetivo do jogo é ser uma ferramenta para aqueles que desejam cultivar uma vida mais harmoniosa, equilibrada e saudável. [2]
O game foi construido baseado no conceito dos sete chakras, que são centros de energia dentro de cada ser humano.
De acordo com Matthew Teague Miller [3]:
Há sete estágios em Leela, cada um focando um chakra diferente. Cada estágio tem vários mini-games, nos quais você joga movendo seu corpo de maneiras específicas para ajudar a desbloquear o chakra (e passar de nível). Por exemplo, na primeira etapa, buscamos desbloquear o nosso chakra raiz, conhecida como muladhara. Para fazer isso, temos de ajudar a equilibrar um planeta na tela, entre a lua e o sol, movendo suavemente nossos quadris a partir da esquerda para a direita. A mecânica é muito simples, mas mesmo um ligeiro movimento dos quadris cria uma tremenda mudança no planeta com o qual você está interagindo na tela. […]
Cada fase tem um tutorial interativo, e uma vez que você completar o tutorial para um chakra, você pode começar a trabalhar no palco do jogo. Não há necessidade de seguir a ordem dos chakras, de baixo para cima ou de cima para baixo. Se, por exemplo, você quiser ir direto para o chakra do coração, basta apenas completar o tutorial para esse chakra e começar a trabalhar.
Para cada chakra há um estilo de jogo diferente, com os seus próprios desafios, os quais ficam progressivamente mais complexos de mini-game para mini-game.
Há também meditações e exercícios de respiração guiados pela própria voz do Deepak Chopra e, além disso, cada pessoa que experimenta Leela também terá a oportunidade de criar uma “mandala” personalizada que reflita sua beleza, natureza, sentidos e imaginação.
A versão para Kinect promete até mesmo medir a respiração dos jogadores e mostrar aos usuários a maneira correta de respirar durante a meditação.
Ok, e agora quem vai me dar um Wii de presente para eu poder experimentar o jogo?
O que nós já sabíamos, mas que eles explicitaram através desta pesquisa é que essas competências necessárias para enfrentarmos os desafios dos século 21 vão muito além do desenvolvimento da cognição, que está relacionada à aprendizagem mais tradicional. De acordo com este estudo, nós precisamos também nos desenvolver nos níveis intrapessoal e interpessoal, ou seja, precisamos aprender a: lidar com as nossas emoções, dominar nossos comportamentos, expressar ideias de maneira eficaz e interagir com outras pessoas de forma positiva.
Mas como podemos aprender isso? Poderiam os jogos digitais nos ajudar com o desenvolvimento destas habilidades?
Trip Hawkins, fundador de uma das maiores empresas de jogos do mundo, a Electronic Arts, percebeu que habilidades sociais e emocionais como empatia e compaixão podem ser aprendidas, isso quando suas filhas começaram a mudar seus comportamentos após entrarem em uma escola que ensinava essas habilidades. Foi então que surgiu a ideia de criar um jogo que ajudasse as crianças a melhorarem suas capacidades emocionais e sociais, o que o levou a criar o jogo IF… YOU CAN, o qual pretende ensinar as crianças a lidarem com estresse, ansiedade, raiva, tristeza e frustração, e também a desenvolverem gratidão, senso de cooperação, bondade, aceitação, paciência, entre outras virtudes, ajudando-as, dessa forma, a conviverem melhor com elas mesmas e com outros.
Apesar das belas promessas, esse jogo possui dois limitadores para o público brasileiro: além de estar publicado apenas em inglês, ele está disponível apenas para iOS. Por esse segundo limitador, como sou usuária de Android, confesso que ainda não o joguei. :-/
Imagino que deve ser muito bom! Se você baixar, comprar, jogar e gostar. Por favor, me conte como foi!
Para sabe mais sobre o jogo, acesse o site do game: If… You Can
Esses pequenos aparelhos portáteis são incríveis, não é mesmo?
Num único dispositivo você pode ter celular, calculadora, despertador, lanterna, máquina fotográfica, filmadora, TV, videogame, aparelho de som, navegador de internet, aplicativos de redes sociais, editores de textos, editores de imagens e sons, bibliotecas, livrarias, lojas…
As crianças de hoje, que já nasceram com isso tudo nas mãos, custarão a entender que antigamente ter cada uma dessas coisas era uma batalha. Lembro que comprei meu primeiro aparelho de som aos 12 anos parcelado em 6 vezes e ter uma coleção de 10 cds era um luxo, pois cada cd custava boa parte da mesada do mês.
Hoje você vai no YouTube e ouve a banda e ainda pode ver a gravação do show, de graça. Quer saber mais? “Dá um Google”, visita o site, curte a fanpage no Facebook. Se for banda pequena, rola até de comentar os posts e os ter respondidos pelos próprios artistas.
Sim os tempos mudaram… e o que acontece é que hoje as crianças estão mais abertas do que seus pais para lidarem com essa realidade e isso está gerando uma revolução da qual muitos ainda não se deram conta.
De acordo com teóricos como Prenski, a geração de hoje é de nativos digitais, de crianças que já nasceram “conectadas” a toda esta tecnologia e a geração anterior é de imigrantes digitais. Neste caso, muitas vezes os filhos acabam sendo os professores dos pais.
Os nativos digitais são rápidos, conseguem processar muitas informações ao mesmo tempo de forma não linear, pensam por imagens etc. Entretanto, são tão crianças quanto todas as crianças de todos os tempos: seres sensíveis, ingênuos, imaginativos, imaturos, criativos, “abertos” e que precisam de orientação para aprenderem a ter discernimento, a controlarem suas emoções e cumprirem suas missões de evoluíram enquanto seres integrais.
Eu nasci exatamente na data que muitos colocam como a data que separa estas duas gerações e talvez por isso tenha percebido a importância de unirmos educação, cultura, comunicação e tecnologia.
Voltando ao início dessa conversa, vamos pensar um pouco na ferramenta poderosa que nós nativos e imigrantes digitais temos em mãos: os smartphones… Eles são como escolas, podem ser ricos em gerar oportunidades de crescimento – com laboratórios, bibliotecas e parques de diversão – ou serem estruturas vazias e mal aproveitadas.
Recentemente, por exemplo, baixei dois aplicativos que me motivaram a escrever este texto.
1º: o game O Mistério dos Sonhos, da Xmile Learning, que pra mim continua sendo um dos melhores jogos educativos que já conheci, pois além de ensinar o que os parâmetros curriculares nacionais exigem, também ensina valores e faz isso com muita arte e graça.
Veja o vídeo a seguir e entenda sobre o que eu estou falando:
E 2º: o Sattva, um aplicativo de meditação gamificado.
Fico pensando como seria legal se eu tivesse tido acesso ao Mistério dos Sonhos na infância e ao Sattva nas minhas épocas conturbadas da juventude.
Bem… o que já foi já foi… o que me importa hoje é contribuir com um mundo melhor ajudando as pessoas a entenderem o poder desses dispositivos e a importância de conhecermos e utilizarmos as mídias legais… porque é muito desperdício os adultos usarem seus “celulares” apenas para navegarem em redes sociais e crianças passarem tanto tempo consumindo mídias que incitam mais ao consumo, à ignorância e à violência do que à cultura de paz, à construção do conhecimento e ao despertar da consciência.