Author Daniel Gomes

Este ser é um viciado em games, sejam de consoles, sejam de PC's e tem uma paixão arrebatadora em Tecnologia, aficcionado em filmes dos anos 1980 e 1990, ele pode não se lembrar o nome do diretor, do filme ou do ator, mas quando tem opinião ele fala mesmo! SegaManiaco de Coração, ele também bate ponto nos sites Gamehall, Filmes e Games, Blast Processing, Brazuca Gamer e Comunidade Mega Drive!


O Nintendo Switch chegou e agora José?


Agora é fato, o novo console da Nintendo, o Switch veio para ficar e, aproveitar, matar de vez o Wii U, um videogame que viu todo um mercado debandar do seu terreiro de uma forma quase nunca vista antes.

A Grande aposta

O novo console da Nintendo é uma grande aposta da gigante japonesa no mercado do entretenimento, talvez, até mesmo, sendo a última neste quesito caso este videogame não vender o que é preciso para pagar todo o seu desenvolvimento.

Está mais do que claro que a Nintendo ao optar pela solução da Nvidia – baseada no projeto Shield – dá a entender que o console receberá tanto jogos de third parties acostumadas com um hardware robusto como, também, títulos indies advindos dos dispositivos mobile, visto que o processador ARM está presente em quase todos estes dispositivos, possibilitando uma maior compatibilidade e um menor custo de portar jogos de uma plataforma a outra.

Depois do relativo fracasso que foi o Wii U, a Nintendo vê se obrigada a trazer o seu console com um valor cheio e, relativamente, caro. Na sua marca de US$ 299,00 é vendido ao preço de um Playstation 4 e/ou um XBoX One S, tendo de bater de frente com dois consoles que, juntos, já somam mais de 80 milhões de compradores.

E este poderia ser um grande complicador, caso a Nintendo pensasse em competir diretamente com eles, coisa que, até onde pode ser visto, não parece ser a preocupação da gigante vermelha. O seu mercado mesmo está mais voltado para os mobiles em si e aí entra uma outra questão.

Rivais de berço

Conquanto que o Switch parece não ter sido criado para competir diretamente com as plataformas da Sony e da Microsoft, por outro parece que o produto está se focando em ser a verdadeira plataforma de jogatina mobile, trazendo o que há de melhor em tablets, smartphones e afins com a expertise da empresa nos portáteis e, aí, onde mora o perigo.

A competição acirrada entre a Samsung e a Apple para ver quem é a empresa que vai dominar o mercado de smartphones e Tablets, deixa as outras empresas comendo pelas beiradas, como uma LG, HTC, Motorola entre tantas outras, tendo assim espaço para todo mundo, mas e quando uma empresa lança um híbrido de console de mesa com muitas características de seu atual portátil, como os donos deveriam se comportar?

O Nintendo 3DS, o portátil da empresa japonesa, foi lançado já há algum tempo e se encontra em processo de envelhecimento tardio e as possibilidades de haver um sucessor para o console pareciam altas antes do anúncio do Switch. Só que, agora, o plano e o foco mudaram e, neste ponto, será que a Nintendo poderá abandonar também o 3DS?

Escolhas de mercado

Certamente que a Nintendo tem a faca e o queijo na mão. A questão é saber se ela terá capacidade de gerir dois consoles onde os mesmos podem se tornar rivais entre si ao ponto de se ter, numa possibilidade remota, um racha entre os donos do Switch e os donos do 3DS, onde estes consumidores analisarão se haverá mais jogos para um console ou para outro.

Um sucessor mais robusto dos consoles portáteis apareciam em media após 5 anos do videogame original, no caso do 3DS, isto se deu no ano seguinte, será que não há planos da Nintendo de seguir em frente no mercado portátil e apostar realmente tudo no mercado híbrido?

De um artigo recente do site tecmundo diz que a previsão mais favorável de vendas do console até o final do ano será em torno de 5 milhões de unidades, mas será que estes números serão o suficiente para chamar a atenção de thirds para investir no console? Pelo menos com este número já existe uma demonstração que os consumidores querem esquecer o Wii U e apostar na Nintendo mais uma vez.

As cartas estão jogadas na mesa, está na hora da Nintendo mostrar o seu jogo.

Fonte: Blast Processing


Mega Drive Edição Limitada – O que esperar do relançamento deste Clássico da era 16-Bits


Após quatro meses de expectativas, uma semana de marketing e especulações, enfim ontem, dia 31 de outubro de 2016, foi o anúncio do Mega Lançamento Tectoy – o Mega Drive Edição LimitadaA proposta da Tectoy foi trazer O Clássico em comemoração aos 30 anos da empresa, que será ano que vem. 

Design – Ponto de vista estético

“O clássico está de volta”. O console está com o desenho original do primeiro modelo lançado pela Tectoy. Botão de pause cinza, 16-Bits em fonte menor que do console japonês, High Definition Graphics escrito no aro em torno da entrada de cartucho, ou seja, tudo a princípio está como o console original. Apenas a parte traseira está diferente devido as conexões de entrada, saída e alimentação. A entrada para cartucho aparenta ter as travas mecânicas utilizadas como trava de região.

Tomada e Cabo de Força

Tomada e Cabo de Força

No geral a Tectoy acertou em cheio. Trazer a estética do primeiro console não só atende aos fãs como agrada aqueles que não tiveram a oportunidade de ter o console na época. O ponto negativo está no cabo de alimentação conectado direto no console preso por um strain relief. Isso indica que a fonte de alimentação será interna, porém, poderiam trocar esse cabo por uma tomada bipolar do tipo 8, modelo AC-004, que é o mesmo utilizado em consoles como PS3, ou fontes de alimentação de notebooks, ou seja, comum de mercado.

Features – Entregas do produto

Como mencionado, a traseira está diferente, além o cabo de alimentação que já foi mencionado, as saídas de A/V serão entregues em conectores fêmea do tipo RCA, sendo um para vídeo do tipo composto e outros dois para áudio do tipo stereo, ou seja, conectores comuns. Aqui está talvez o grande ruído nesse anúncio. Muitas pessoas criticaram por não ter saída em HDMI, e confesso que esse requisito era algo que esperava, mas não seria algo essencial.

O ponto é que entregar vídeo composto, por mais que esse tipo de vídeo possa remeter a proposta do Clássico, não foi visto muito bem. É sabido que os televisores novos não convertem em uma boa qualidade o sinal analógico. Sendo vídeo composto (que é a pior qualidade de vídeo que se tem atualmente) ficará ruim. A questão da “qualidade percebida” é subjetiva, mas o fato é que o vídeo composto deveria ser uma alternativa, e não a única opção. Os primeiros modelos de Mega Drive possuíam uma saída nativa de vídeo em RGB (mesma tecnologia dos cabos VGA’s), além do composto. Não entrando em explicações técnicas, mas o RGB é a melhor qualidade de vídeo analógica que se tem. E isso poderia ser entregue de forma nativa também, possibilitando o consumidor ter as melhores experiências em televisores novos.

Imagem mostrando a parte traseira com os conectores RCA e o cabo com strain relief

Imagem mostrando a parte traseira com os conectores RCA e o cabo com strain relief

Com relação a ter HDMI, até entendo que isso acarretaria um novo circuito, podendo ultrapassar o target cost do produto atual. Mas fica a pergunta, será que o consumidor não pagaria mais para ter essa saída HDMI? Não é minha ideia aqui dizer o quanto aumentaria, mas se o console está vindo com a proposta de ter o hardware original, seria tratar a saída RGB nativa em uma conversão A/D e assim entregar HDMI.

Mas e se tratar a saída de vídeo composto, não daria uma qualidade melhor também? Nesse caso a resposta é não. O vídeo composto é chamado assim pois todas informações de vídeo necessárias para recriar a imagem colorida, bem como pulsos de sincronização de linha e de quadro, são combinadas em um único cabo. Ao convertemos um sinal desse tipo, que por si só não é bom, há necessariamente perda de informação, fora que existem vários sistemas para codificação como NTSC, PAL e SECAM, sendo assim dificilmente terá um chip exclusivo para converter em boa qualidade a codificação que nesse caso é PAL-M (exclusivo apenas do Brasil, Laos e partes da Tailândia, se não me engano).

Uma feature acertada é da entrada para cartão SD. Acredito ser impossível a Tectoy conseguir licença de todos os jogos lançados para Mega Drive. Algumas empresas poderão não querer ceder a licença, outras empresas nem existem mais. Logo essa possibilidade trouxe uma ótima alternativa para os consumidores. De qualquer forma, caso a Tectoy venha a conseguir mais licenças para seus jogos, isso possibilita ela deixar a disposição dos consumidores os jogos, e assim transferir para o SD.

E como não falar da entrada para cartucho. Claro, se a estética é a original necessariamente deveria vir com a entrada para cartucho. Esta possibilidade havia sido discutida muito antes do anúncio e estava bem dividia, muitos acreditavam que não iria vir, outros que deveria vir sim. Então está aí, veio! E muito bem-vinda por sinal.

Controle clássico de três botões

Controle clássico de três botões

O controle (ou joystick) será o clássico de três botões em seu formato original, porém o bundle acompanhará apenas um, mas já está disponível na pré-venda controle extra. Essa venda de controle a parte também é ótima, pois acredito que não somente eu, mas muita gente já está comprando ele como controle reserva. Fica a dica aí para a Tectoy investir em produção de periféricos como cabos, controles de seis botões, fontes de alimentação, etc.

Uma questão duvidosa é a incompatibilidade com acessórios do Mega Drive como: 32X, Meganet, Activator, Sega-CD entre outros. Por que duvidosa? Bem, no decorrer da vida do Mega Drive foram lançados vários modelos, principalmente por redução de custos, fazendo sistemas SoaC (System on a Chip – Sistema em um chip). Tais sistemas, como o Genesis III lançado pela Majesto em 1998 e o Mega Drive III branco lançado pela Tectoy em 2007, eram fabricados nessa tecnologia e sabe-se que eles não eram compatíveis com os periféricos nem com cartuchos como Virtual Racing, por exemplo. Nesse novo anúncio foi antecipado que será da mesma forma: não funcionará esses acessórios e a ainda os processadores de 16 Bits e 8 Bits (68000 e Z80 respectivamente) serão SoaC. O grande problema é que esses consoles lançados mais recentes com com SoaC tinham uma qualidade péssima de entrega de áudio e vídeo, e aqui fica a dúvida: Será a mesma coisa?

Para concluir essa primeira parte, digo que a Tectoy acertou sim no geral nesse anúncio: Console puramente clássico com uma característica excelente da entrada do cartão SD. Algumas pessoas disseram que pelo que está entregando o preço está alto (preço no site de pré-venda: R$399,00). Até concordo sim, porém não vejo isso como um impeditivo de não adquirir o console. Acredito que tem muito mais coisas que possam tornar fora de cogitação a compra, e isso tem a ver com funcionalidade.


Bom, aqui vamos discutir um pouco mais tecnicamente o que foi apresentado de características. Mas antes, os jogos inclusos:

Banner Tectoy

Banner de anúncio Tec Toy

Jogos Inclusos

A lista possui vinte e dois jogos que deverão vir incluso no bundle em um cartão SD. No meu ponto de vista, isso é apenas um bônus para quem for comprar o Mega Drive Edição Limitada. A lista de jogos é:

  • ALEX KIDD
  • ALIEN STORM
  • ALTERED BEAST
  • ARROW FLASH
  • BONANZA BROTHERS
  • COLUMNS
  • DECAP ATTACK
  • E-SWAT
  • FATAL LABYRINTH
  • FLICKY
  • GAIN GROUND
  • GOLDEN AXE
  • GOLDEN AXE 3
  • JEWEL MASTER
  • KID CHAMELEON
  • LAST BATTLE
  • OUT RUNNERS
  • SEGA SOCCER
  • SHADOW DANCER
  • SHINOBI 3
  • SONIC 3
  • TURBO OUTRUN
Banner de anúncio do novo MD

Banner de anúncio do novo MD

Características técnicas

Processadores (integrados em um single chip):
CPU: 16bits
CPU: 8bits

Memória integrada
RAM sistema: 64K bytes
RAM som: 8K bytes
Vídeo RAM: 64K bytes
Resolução de vídeo (SEGA Original) 256 x 224
Pallet de 512 cores
Simultâneas: 64 cores (15 por Sprite de 8X8)

Efeitos de Áudio:
6 canais de modulação AM-FM
2 canais de PSG (cada canal com 3 geradores de onda quadrada e mais um de ruído branco)
1 canal analógico de 8 bits

Se analisarmos superficialmente essas características podemos ver que basicamente são as mesmas do Mega Drive original. Duas CPU’s (apesar de integradas – SoaC), sendo uma de 16 Bits e outra de 8 Bits (possivelmente equivalentes ao 68000 da Motorola e Z80 da Zilog respectivamente), características de áudio também equivalentes ao Yamaha YM2612 (processador estéreo de 6 canais + 1 canal interior linear de 8 bits) e o Texa Instruments SN76489 (gerador de som programável com 3 geradores de onda quadrada e um gerador de ruído branco), ou seja, claramente vemos as mesmas características do console original.

Temos que entender que, provavelmente as características sonoras do Mega Drive Edição Limitada terá diferenças técnicas com relação ao original, isso porque ele não utilizará dos mesmos componentes, mas sim de componentes que terão as mesmas características. Essa diferença dá-se devido a construção física de cada circuito integrado. Uma dopagem de cristal diferente, um consumo um pouco diferente, faz com que o circuito todo interno se comporte diferente.

Modelo HAA-2502

Modelo HAA-2502

Essa diferença sonora, talvez seja tão pequena que seja imperceptível ou mesmo ser grosseira a ponto de dar certos delays. O fato é que isso só saberemos quando ligarmos o Mega Drive. Eu acredito que realmente a Tectoy esteja trabalhando a fim de entregar a maior fidelidade sonora de acordo com o original. A princípio deu a entender que a parte de áudio não será SoaC, como era do modelo HAA-2502 em diante. Isso é um fator positivo, pois a comunicação via barramento de dados ficará exclusiva, necessário apenas a sincronização com os clocks.

Com relação ao processador de 16 Bits e co-processador de 8 Bits, ficará a dúvida apenas com relação ao clock deles, ao barramento de comunicação e principalmente como fará o processamento das informações provindas de cartuchos e de cartão SD. Pois bem, cada tipo tem sua pinagem características e provavelmente alocação dentro da memória interna do processador em endereços diferentes. Isso deve ser muito bem mapeado para que possamos jogar de forma tranquila e sem travamentos.

Agora sim vem minha preocupação – o VDP. VDP é um processador de vídeo sendo o principal componente para geração de sinal dele. Responsável pela produção de um sinal de vídeo de televisores dentro de um sistema de computação ou de videogames, alguns até são responsáveis pela geração de áudio, funcionando como um PSG (Gerador de Som Programável). Originalmente o VDP do Mega Drive era o 315-5313 e que também tem sua parte interna de PSG.

Blast Processing

Blast Processing

Pois bem, o termo Blast Processing era basicamente uma referência ao poderoso controlador VDP que poderia lidar com operações do DMA (Acesso Direto à Memória) a velocidades altíssimas. O Mega Drive poderia escrever para o VRAM durante a exibição do VBlank (novamente sem entrar em termos técnicos, em resumo VBlank é o tempo entre o final da última linha de um quadro e o início da primeira linha do próximo quadro) e a largura de banda bem rápida comparada aos concorrentes da época.

Assim, por mais que as características de vídeo a princípio estejam equivalentes, o modo de funcionar o processamento dos vídeos pode acarretar desde problemas de scroll, sombras e até delays e má qualidade de áudio. Por isso aqui é meu grande ponto de atenção. Como será o VDP?

Para concluir, no geral a Tectoy acertou em cheio o pedido dos fãs e resgatou a nostalgia. Deu a possibilidade de novos consumidores ter a incrível experiência de se ter o melhor console da geração 16 bits. Claro que ela agora tem muito dever de casa para fazer. A execução deve ser impecável! Uma grande dúvida minha é: o que será que a Sega está achando disso tudo. Fica aqui meu desafio: se a Tectoy trouxer o hardware original, porque não deixar compatível com os periféricos e jogos em cartucho com chips e sistemas exclusivos?

Deixe sua opinião aqui sobre o Mega Drive Edição Limitada e vamos resgatar um pouco dessa nostalgia. Grande abraço!

Fonte original: Comunidade Mega Drive
Autor original: Carlos Guilherme - Integrante da Comunidade Mega Drive

Blast Processing e a força do marketing!


Bom senhores, primeiramente gostaria de dizer a todos que aqui são leitores do Marketing & Games, um longuíssimo pedido de desculpas. Ia fazer quase um ano que não posto nada aqui e, não sei como ainda não demitido no meu cargo de articulista, mesmo prometendo ao chefe que iria postar algo desde de fevereiro deste ano. Mas é isto que aconteceu, uma mister entre falta de tempo, outras prioridades e, também, sem um foco muito definido do que eu poderia escrever aqui, mas cá estou e cá ficarei, assim como voltarei a ser articulista em outros sites, mesmo com o meu canal e site no ar.

O importante, acima de tudo, é tentar compartilhar opiniões e afins aqueles que estão ali para lerem, então, mais uma vez, me desculpem por toda a ausência neste tempo que se passou, mas, agora, vamos ao que interessa?

blast-processing-marketing-gamesBlast Processing, uma inverdade?

Vamos lá, para quem não sabe o que é o termo “blast processing“, vai aqui uma breve explicação:

A Sega queria mostrar que o Sega Genesis (o Mega Drive nos EUA) era mais legal que o Super Nintendo, e com a evolução das suas propagandas, a empresa acabou por inventar o termo “blast processing” (a origem do mesmo vem de um truque obscuro de programação) que sugeria que o poder de processamento do Mega era muito superior que do Super Nintendo. Wikipedia

Claro que aqui no Brasil isto sequer foi usado, já que a Tectoy tinha, digamos assim, uma posição privilegiada se comparada a outras empresas, na verdade, se formos analisar, a mesma só veio a ter problemas bem depois quando o Mega Drive deixou de ser importante para o mercado gamer nacional, mas indo para o lado dos Estados Unidos, o uso deste termo acirrou por demais a conhecida Guerra dos Consoles, ou, a eterna briga entre a SEGA x Nintendo pela dominância do mercado norte-americano de videogame.

Somente após o advento da Internet é que pudemos saber um pouco melhor do que houve no começo da década de 1990 e, assim, poder analisar bem o que foi esta grande briga entre estas duas empresas. Cada uma, a sua maneira, dando voadoras, rasteiras e socos uma contra a outra, pegando cada migalha do acirrado mercado norte-americano, usando, de forma geral, todas as armas possíveis de marketing, mesmo quando elas não passavam de uma invenção fantasiosa e nada mais.

Se você pudesse ir aos EUA e perguntar aos gamers da época sobre qual seria a maior lembrança deles da SEGA, a grande maioria iria responder, quase certamente, “Blast Processing” de uma forma ou de outra. O termo foi bastante usado pela empresa durante um bom tempo de suas campanhas de marketing por lá, dizendo que o Mega Drive tinha algo bastante peculiar e melhor que o Super Nintendo.

Assim como muitas outras palavras-mágicas do marketing, o Blast Processing não era nada além de um truque barato, um termo que grudava na cabeça das pessoas chamando a atenção delas sobre algo que não existia, basicamente. E para toda criatura, existe um pai, e o homem a ser “culpado” neste caso, é Scott Bayless, que aparece na foto abaixo

Blast Processing-marketing-games

Scott Bayless segurando um Sega CD.

E, apesar de aparecer uma propaganda de duas páginas, Bayless foi um entre muitos outros que trabalharam nas campanhas de marketing da SEGA que sequer são conhecidos por aí.

Vejam o que ele diz a respeito da criação do Blast Processing:

Tristemente eu tenho de receber a responsabilidade por este termo assombroso. Marty Franz [Diretor Técnico da SEGA] descobriu que ele poderia fazer um truque no sistema de imagem do Mega Drive que resultava melhorar a parte de cores do console, assim podendo disponibilizar um pouco mais além dos 64 simultâneos na tela. Existia, claro, muitos fatores sutis de como fazer isto, mas era algo legal de se fazer.

Então durante o lançamento do Sega-CD, o pessoal das Relações Públicas da SEGA fizeram uma entrevista comigo perguntando o que tinha de interessante, no ponto de vista técnico, no aparelho.

E, em algum momento, falei que a gente poderia explodir (blast) dados nele e fazer coisas loucas. Bem, eles adoraram a palavra blast e de repente o Blast Processing surgiu. Nintendo Life

O Blast Processing seria isto mesmo?

Claro que muitos aqui vão argumentar que, na verdade, o termo simplesmente se refere ao fato do processador do Mega Drive ser mais rápido que do Super Nintendo, duas vezes a mais, verdade seja dita. Sem contar que o processador de vídeo do mesmo permitia taxas de transferências bem maiores que o do console rival, só que, ao invés de ter algo real, como o Mode 7 do Super Nintendo, o termo Blast Processing não passa de algo bem fantasioso, que funcionou, de certa forma.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=zlulSyBI2aY]

A forma de como as empresas criam os seus slogans, os seus logos, os seus termos, é, claro, pensando justamente na forma de entrar na cabeça do consumidor, tanto é, quando há uma mudança muito brusca, dificilmente aquilo tem o mesmo apelo que antigamente e empresas como a SEGA, Nintendo, Sony tem os seus logos tais quais como eram desde a década de 1980 ou até antes.

E eu pergunto para vocês, quais termos, frases impactantes, seja de games, seja de produtos por aí vocês se lembram na hora que alguém fala determinada marca?


Mega Drive, eu escolho você!


Mega Drive é minha predileção, mas porquê?

Batman_NES_ad_1990

Jogava perto do mesmo jeito…

Sou gamer desde tenra idade e passei por muitos videogames por aí, mas apesar disto, sempre tem aquele que amamos de coração, mesmo que não queríamos admitir para não parecer ista perante os demais. Alguns escolhem o NES como o seu videogame querido por diversos fatores, entre eles, por ter sido o primeiro por conta dos famiclones brasileiros (Phantom System, Top VG 9000, Bit System, etc), outros tantos escolhem o Master System por conta do primoroso trabalho que a Tectoy fez aqui no Brasil e alguns mais escolhem o Super Nintendo, PlayStation, Nintendo 64, entre tantos outros.

Agora, vocês se perguntam, porque a minha escolha para com o Mega Drive perante aos demais sistemas que se mostram aqui? Será porque ele é superior? Será porque ele foi o meu primeiro? Será que ele tem os melhores jogos? Nops, nada disso, nada a ver e nada demais, por mais que queríamos escolher as nossas coisas baseadas em índices, tabelas, pontuações e “ser o melhor em alguma coisa”, a minha escolha para com o Mega Drive (Sega Genesis nos EUA) se dá pelo ícone que ele representa para a minha infância e parte da adolescência.

Paixão tardia

O monólito negro da SEGA não foi o meu primeiro console, na verdade ele foi o terceiro que eu tive em minhas mãos, os outros dois foram um Atari 2600 que veio diretamente do Paraguai e tinha uns 10 a 20 jogos na memória, se eu não me engano, isto pelos idos de 1987/1988, e o meu segundo console foi um Top Game VG 9000, um delicioso console da CCE, famiclone, que permitia colocar nele tanto os cartuchos japoneses do Famicom (60 pinos) assim como os de NES (72 pinos), então era uma alegria redobrada e sem igual.

Títulos para o NES, claro, não faltavam, e tome Tartarugas Ninjas 2, Karate Kid (este ganhei de presente pelo simples motivo do personagem principal ser chamado de Daniel-San), Super Mario Bros 1, 2 e 3, Tico e Teco, Duck Tales, Little Nemo, Megaman 1 ao 3 e tantos outros que eu sequer conseguiria enumerar aqui (mentira, estou é com preguiça mesmo) e que, por muito tempo, me fizeram ficar no lado vermelho da força.

Top-Game

Ótimo famiclone!

O Master System eu só jogava de rebarba, pois tinha prima minha que tinha o console da SEGA, mas, mesmo assim, não dava muita bola, talvez pela falta de jogos que ela tinha ou, porque, o mesmo não era muito presente nas locadoras que eu frequentava e, muitas vezes, as que tinham o console os jogos eram basicamente os mesmos.

Foi então que, um dia, eu vi este monólito negro da SEGA, com os seus 16-bit dourado na sua carcaça e alguém jogando Pit Fighter, foi uma verdadeira explosão auditiva, tátil, olfativa e visual, creio que eu sofri uns três derrames e desencorporei umas quatro vezes. Vendo aquele jogo sendo mostrado numa TV de 20″ da Gradiente e as vozes digitalizadas, bom, não foi outra senão perguntar o que era aquilo.

O meu primo havia adquirido um Mega Drive importado e, aí, encontrei a minha nova casa.

Jogatina a mil

pitfighter

O jogo que explodiu a minha cabeça…

Após este baque inicial e de ter provado a força dos 16-bit em 1991, não deu outra, e, assim, passava a ir na casa deste meu primo várias vezes ao dia nos tempos de escola. E ali a jogatina começara a ficar bem farta, era Pit Fighter inicialmente, mas depois vieram o Super Monaco GP, Bare Knuckle (Streets of Rage) e o alucinante Sonic 1, o Top Game VG 9000, com os seus jogos maravilhosos estava começando a virar uma breve memória na minha jogatina gamer e a Nintendo estava saindo do meu coração.

E por mais de 1 ano aperreava a minha mãe para comprar o Mega Drive e como fiz isto quase todos os dias, não sei como ela não morreu de desgosto por ter um filho tão chato por pedir tanto uma coisa, mas, aí veio o grande milagre, o grande presente dos deuses, claro que foi com a perca do Top Game VG 9000, que fora vendido para dar de entrada no Mega Drive, e, nalgum momento entre o Natal e o meu aniversário – pois não me lembro qual a data exata – havia ganho o meu Mega Drive II, da Tectoy com o Sonic na caixa.

Foi um dos videogames que eu mais joguei na minha vida, com horas e horas e horas e horas e horas – e mais algumas horas – contadas jogando Sonic, chegando ao ponto de conseguir finalizar o jogo sem perder uma só vida em menos de 30 minutos. E daí foi ladeira abaixo. Como morava no interior do Ceará, acabei por conhecer os donos das locadoras, ficar amigo e alugar fita de graça, então, senhores, quem aqui era um pinto no lixo? Em troca de alugar fita grátis, eu era o menino das informações, lia tudo que tinha nas revistas de videogame na época – algumas eu comprava, outras, apenas linha na banca de jornal e como eu também conhecia o dono da banca, ele deixava de boa – e repassava as info de quais jogos eram bons e eram ruins, uma boa troca simbiótica não acham?

Foram assim vários anos jogando Mega Drive, até o fatídico dia em que eu conheci o Super Nintendo e os seus ótimos jogos, que eu só vim a jogar plenamente em 1997 por conta dos emuladores, mas, ainda assim, estava bem mais balançado para o lado do Mega Drive.

As Trocas

Foi no colégio que eu fiz uma troca inusitada. Peguei o meu Mega com seis fitas e troquei por um Super Nintendo com 2 fitas + o SuperGameBoy com outras duas fitas e, assim, debandei para o lado da Nintendo novamente. Quando eu tentei destrocar o meu videogame não mais se encontrava neste nosso território nacional, mas aí é uma outra história.

Tive um desse...

Tive um desse…

O que eu posso dizer é que, ainda passei um longo tempo com o Mega Drive, outro com o Super Nintendo, fui ao Saturno, ao Nintendo 64 e, por fim, vim a estacionar na plataforma da Sony, PlayStation 1, 2 e 3, mas sem nunca perder o contato com o Mega (emuladores sempre), assim como com a Nintendo com peças emprestadas ou compradas (NDS), assim me considerando um gamer, acima de um ista, mas sempre com um pé no retrogaming e o coração no Mega Drive, o videogame que mais me divertiu até hoje.

E para vocês, o que o Mega representa?


Do porque eu prefiro jogar em emuladores…


Gostaria de compartilhar com vocês a minha opinião pessoal sobre a questão do uso de emuladores, como é um assunto um tanto quanto polêmico, serei curto, grosso e direto, segue abaixo:

emuladores-marketing-games-zsnes

Todos meus…

1) Grana, para começar, eu não nado em dinheiro como o Tio Patinhas, portanto, não tenho grana para comprar todos os consoles que fizeram parte da minha infância e adolescência;

2) Facilidade, conquanto que num console, teoricamente, é só ligar e jogar, ainda assim é um pouco complicado ter o console ligado a uma TV antiga ou nova para poder jogar, por conta de várias questões, enquanto que com os emuladores é algo, como já dito, bem mais fácil, levando então para o…

3) Espaço, certo, você tem vários consoles de várias gerações aí na sua casa, apartamento, mas será que você tem espaço suficiente para colocar e ligar todos eles num cantinho legal? No momento ainda não tenho isso e vai demorar um pouco de tempo, assim sendo, os emuladores, mais uma vez, é a minha salvação, e mesmo que o tivesse, teria um outro problema que é a…

4) Praticidade, dezenas de fios, hubs, pentes de energia, cabos, meu deus, que loucura, claro que como um bom ser organizado arrumaria uma maneira de colocar tudo num local bacana, só que, num dado momento, a confusão estaria instalada onde quer que esta ruma de console fosse, diferente dos emuladores, onde a maior bagunça possível seria a forma de guardar as roms e as isos, levando a questão da…

emuladores-marketing-games-emaranhado-de-fios

Este fio vai aonde mesmo?

5) Organização, por mais que você se organize, sempre vai haver algo fora do lugar! Eu sou, como disse acima, um ser organizado, mas a minha organização é metodicamente caótica, isto é, tudo desarrumado num ponto que eu entendo a minha arrumação e mesmo que eu tivesse as fitas em fileiras, certamente desorganizaria em algum momento, levando para…

6) Possíveis perdas, quando se viaja, quando alguém, vai mexer no seu muquifo, certamente alguém vai perder aquilo que você guardou com tanto carinho, levando a um certo…

emuladores-marketing-games-phantasy-star

Procura-se!

7) Prejuízo, este é algo comensurável, seja afetivo, seja financeiro, o segundo porque pela quantidade de coisa que você vai ligar, nem que seja uma de cada vez, vai cair na conta de energia, outro fator é a manutenção, limpeza e afins, que entra no bolso do colecionador e por falar em colecionar, vem o maior de todos os problemas

8) Raridade, muitas peças que nós queremos ou são raras ou estão se tornando, e, com isso, os preços aqui em BR estão cada vez mais assustadores…

Claro que jogar no controle do título, no console original, é tudo de bom, mas eu prefiro pegar o meu controle do 360, ligar o meu segundo PC na TV de 32″ do quarto e jogar o que der de Mega Drive, Super Nintendo, PS2, GC nele e sem a necessidade de se levantar para trocar de jogo!

E para vocês, qual é a sua preferência, consoles ou emuladores, ou tanto faz?


Nintendo e DeNA unem forças para Mercado Mobile.


E finalmente aconteceu, aquilo que muitos fãs da Nintendo achariam que nunca iria acontecer – e que a Big N sempre negava, porque ninguém quer que o mercado ache que você está indo contra as suas convicções.

Nintendo-Mario-iPhone-5-1024x682A Nintendo anunciou hoje que vai unir forças com a gigante japonesa Online DeNA, numa forma de aliança de negócios e capital.

Como parte desta aliança, as duas companhias irão unir forças (o press release faz menções de desenvolvimento conjunto) para desenvolver jogos para dispositivos inteligentes (mobile).

Basicamente, teremos novos jogos para Smartphones (e tablets) que irão usar personagens e mundo da Nintendo!

Desta forma, estes jogos novos a serem feitos pelas duas empresas, estas esperam trazer mais consumidores para os atuais sistemas da Nintendo (Wii U e 3DS).

mario-3-iphoneNeste ínterim ainda foi dito que haverá uma nova network de serviços, que, além de unir os dispositivos inteligentes, também será usado nos seus consoles e, pasmem, no PC!

E, conjuntamente, em tudo o que fora dado, o presidente da empresa, Satoru Iwata, disse que a empresa não vai deixar de focar nos consoles e afins, afirmando que a Nintendo está desenvolvimento um projeto chamado NX.

O que vem ser este NX, só o tempo dirá.

Fontes:Kotaku & Kotaku


Não Precisamos de 1000 Continuações


Bom, não sei exatamente como é o pensamento dos leitores aqui do Marketing e Games, mas da minha pessoa sai o seguinte pensamento:

“A cada ano que passa, vemos cada vez mais jogos sendo lançados para virarem franquia e termos mais uns dois ou três jogos, spin-offs e afins, só para arrancar uma grana dos jogadores e nada de novo acontece.”

Este pensamento me sai assim por conta do ano Assassin’s Creed do ano passado, a Ubisoft, de uma forma exagerada, nos lança 3 títulos no mesmo ano, saturando – e vendendo – ainda mais a franquia que deveria ter parado já a algum tempo.

A atual loucura de jogos lançados ao mesmo tempo...

A atual loucura de jogos lançados ao mesmo tempo…

Não tenho nada contra as franquias e seus lançamentos, mas o que eu tenho contra é o uso abusivo de uma marca só para tentar arrancar mais algumas dezenas de reais dos consumidores, onde o produto é porcamente mal produzido e, tão pouco, é testado, chegando nas nossas mãos com um patch de 20 GB para consertar possíveis erros e nos trazer vários novos.

Continuo a dizer que não tenho nada contra continuações, mas sim do que as empresas fazem com as continuações. Sim, uma franquia precisa evoluir e melhorar, mas até que ponto? Vários jogos evoluem e melhoram, mas mantendo a sua essência original, outros ficam tão diferentes que parece que só se usa o nome da franquia para dizer que faz parte daquilo originalmente concebido.

Está na hora do mercado gamer dar uma girada, os indies fazem o que podem, mas isto não é o suficiente. Os grandes estúdios podem, e devem, investir em títulos novos, trazer algo de novo para este mercado gigantesco e não ficar lançando mais um God of Final Quest: Metal Fighter And Theft of The Cristal.


Os Nossos Velhos Heróis


Uma das coisas que todo mundo sabe é que crescemos e envelhecemos e, assim, criamos gostos diferentes daquilo que tínhamos quando éramos mais novos. Só que existem certos gostos que jamais mudam, principalmente na geração que nasceu depois da década de 1970, com os videogames chegando no Brasil e no mundo.

Fomos, ao longo do tempo, influenciados por um quão sem número de pixels que apareceram em nossas televisões e que, por ventura, acabamos por nos afeiçoar por eles. Quando chegávamos da escola ou do trabalho, eles estavam ali, sempre disponíveis para mais um momento lúdico de salvar a princesa, o mundo ou escapar de um labirinto, tínhamos todo o tempo do mundo e um mundo inteiro para estarmos ali sempre presentes para eles!

Nossos Heróis!

Nossos Heróis!

Os nossos heróis foram criados para serem um arquétipo daquilo que mais apreciamos ou o que gostaríamos de ser. Durões, fortes, ágeis, espertos, mortais, sociais e todos os parâmetros possíveis que, muitas vezes, escapavam de nós mesmos. Se não corríamos bem nas ruas de nossas cidades, o Sonic fazia isto pela gente, se mal conseguíamos pular a cerquinha da nossa casa, o Mario ia até o céu e voltava, se não conseguíamos ser discretos, o Solid Snake se escondia numa caixa de papelão por nós.

Claro que chegava a hora de voltar para realidade e tudo aquilo que não éramos no mundo virtual, voltávamos a ser no mundo real e quase sempre queríamos sair deste mundo chato e sem graça, para mergulhar completamente naquele universo que nos traz tanto prazer.

Mas não precisamos sair do real para ficar apenas no virtual. Percebam que o mundo ao seu redor pode ser tão louco, tão sem-noção, tão emocionante como o do videogame, só precisamos tão somente ver e viver neste mundo que não tem uma solução certa para tudo o que vivemos.

Eles estavam ali, sempre presentes, sempre perenes, nos ajudando a sonhar cada vez mais alto, onde, se eles podiam, porque não podemos?

Se os nossos heróis são arquétipos daquilo que sonhamos ser, então podemos virar os nossos próprios heróis.


Somos Todos Jogadores!


Eu gostaria de dizer aqui que somente nos últimos anos venho percebendo uma mudança, para pior, no que tange os gamers em geral, de como estes querem tentar dividir um grupo que não precisa ser dividido e que, no mais, a segregação por si mesma só faz com que a sociedade veja com outros olhos a comunidade gamer e que unindo todas as “facções” tudo poderia mudar, sem intriga, porque todos somos jogadores!

jogadores

Por que ter uma só vida, numa única plataforma, se eu posso ter várias?

Pena que isto não pode ser dito desta forma.

A DIVISÃO INICIAL

Jogadores

Vamos apenas jogar que é melhor!

Desde os tempos idos, quando o Atari 2600 surgiu no mercado outros sistemas apareceram, com o passar dos anos, para competir com este admirável console, sem contar que o mesmo já estava ali para competir com os fliperamas e, daquele momento em diante, nada mais seria o mesmo.

De um lado já teríamos os consolistas (jogadores que não fazem questão de jogar em fliperamas/arcades, ou que preferem a versão dos jogos para os seus videogames de mesa) e os ratos de fliperama, que não largam mão das suas fichas e partidas com vários amigos, conhecidos ou colegas.

Não que esta divisão fosse algo ruim, já que existe mercado para todos, mas esta foi o passo primordial para tudo o que estamos presenciando no mundo gamer. Será que por gostar de consoles eu não posso gostar de arcades e vice-versa? Eu realmente sou obrigado a escolher um lado? E para que escolher um lado afinal de contas?

A GUERRA

Mas passada esta época veio ainda a pequena briga entre o NES e o Master System, onde o NES foi basicamente o vitorioso neste embate e quase nenhuma rixa pode ter sido sentida de ambos os lados… mas foi então que, em 1988, a SEGA preparou a sua máquina que explodiria os olhos e cérebros de muitos jogadores no mundo inteiro.

A grande Treta da SEGA x Nintendo começou aqui!

A grande Treta da SEGA x Nintendo começou aqui!

Durante um bom tempo o console da Gigante Azul dominou parte da Europa, America do Norte e America Latina, notadamente o Brasil com os esforços da TecToy e nos EUA pela SEGA of America, até que veio o Super Nintendo, que lutou pela supremacia pelo bolso do consumidor com a SEGA até meados de 1993/1994.

O artigo não está aqui para falar sobre esta Guerra, mas do que o resultado desta trouxe para o mercado.

A DIÁSPORA

Com a opção de compra de dois consoles (havia outros, claro, como o NeoGeo e o TurboGrafx-16), os consumidores optavam por um lado e ficava por isso mesmo. De um lado vinha a SEGA com vários jogos, principalmente de esporte no EUA, do outro a Nintendo mostrava a sua admirável coleção de jogos bem quistos pelo público japonês e que estavam sendo levados e trazidos nos EUA e, no meio disto tudo estava a mídia querendo criar uma rivalidade, enaltecida pelas duas empresas e acompanhadas pelos jogadores.

jogadores

Eu prefiro jogar, pode ser?

Você, naquele momento, só era Seguista ou Nintendista e, assim, usou-se um dos sufixos mais odiados por grande parte das pessoas, os Istas. De um lado SEGA, do outro a Nintendo e a briga dos dois lados por conta dos consumidores por qual console é melhor, sem dizer ao menos o porque!

E isto veio se estendendo até os dias atuais, Caixistas, Sonystas, Nintendistas e, agora, Pcistas, cada qual em seu universo, um querendo ser melhor do que outro… e pareceria que não dava para piorar, certo? Errado.

A EXCLUSÃO DE CLASSES

Voltando a pergunta acima, porque eu devo escolher só uma plataforma? E o que eu ganho em defendê-la com afinco? Será que eu vou ter os milhões que estas empresas ganham a partir de nós jogadores? Não? Pelo menos um joguinho vai…

A minha cabeça não consegue entender o porque a necessidade de escolher um só caminho para me divertir no mundo gamer, mas, o pior é o que vem a seguir. O momento que eu vejo que este universo está cada vez pior, xenofóbico e que só pode piorar com o tempo é a maldita classificação entre tipos de jogadores.

Enquanto vocês brigam, eu vou jogando aqui Candy Crush, pode ser?

Enquanto vocês brigam, eu vou jogando aqui Candy Crush, pode ser?

Além de precisarmos ser istas, temos de escolher se somos Retrogamers, NewGamers, Graphic Whores, Casual, Hardcore, JRPGfag, LOLFan, Cod x BF4 e mais uma batelada de termos que eu mesmo não consigo saber ou me lembrar.

Por que eu preciso ser um rótulo? Por que eu preciso ser um jogador retrogamer seguista pcista que abomina os atuais JRPG, mas gosta dos WRPG e ainda tem um apelozinho para ser casual gamer com o maldito Candy Crush Soda Saga?

A questão de rótulos num universo tão variado e gigantesco como é do gamers só traz o que é pior para o lado que cria os rótulos e aqueles que os usam, que é disseminar o “ódio” entre os grupos. De que o que você gosta é pior do que o outro gosta e vice-versa. Se adora Super Mario e todas as suas encarnações, você é um bitolado Nintendista que não sabe o que é bom na plataforma da Sony ou da Microsoft, o mesmo valendo nos ambientes Android e Ios.

Vejo esta questão e sinto que o tempo vai ajudar… a piorar ainda mais as coisas, já que o ser humano adora rotular a tudo e a todos, mas, quando chega ao indivíduo, o mesmo não gosta de ser rotulado.

Temos que dar um basta nisto, não precisamos de rótulos, nem de divisões, porque SOMOS TODOS JOGADORES!


As Revistas, com carinho…


Nossos pensamentos sempre estão ligados a três focos, um no passado, daquele momento nostálgico, onde as coisas pareciam ser mais simples; um no presente, no qual os perrengues do dia a dia fazem com que achemos estar cada vez mais sem tempo; e um no futuro, onde ansiamos estar lá, tranquilos e calmos.

Hoje em dia pensar no passado está na moda, na verdade, ter elementos deste passado próximo está garantindo os comes e bebes de gente graúda no mercado internacional de jogos eletrônicos e, cada vez mais pessoas, empresas, estão integrando-se nele, vide o ressurgimento de títulos do passado, lançado para Atari 2600, NES, Mega Drive e afins, aparecendo a olhos vistos nos novos consoles, com o XBoX One, PS4 e Wii U.

E é nesta grande monta, neste movimento de volta ao passado, que eu estou inserido. Escrevo sobre retrogaming, não porque é moda, mas sim porque aqueles grandes momentos foram um prazer indelével que sempre estarão na minha memória, assim como a infância e a adolescência com o pai e mãe, avós de todos que aqui estão lendo estas breves palavras.

No artigo de hoje gostaria de falar acerca de um elemento importante para a vida de todo jogador de videogame daquela época, tal qual foram as locadoras que descrevi semana passada, que são as revistas especializadas, no Brasil, de videogame.

AS REVISTAS

Você vai numa locadora e espera ansiosamente por sua vez para entrar nela – dependendo da cidade, a mesma era bem concorrida pela criançada e os adolescentes -, escolhia aquele jogo X e ia para casa morto de feliz por pegar aquele título, mesmo sem não entender nada de inglês – e tão pouco japonês. Colocava a fita, jogava alucinadamente até que… travei!

Quem aqui nunca pegou algum jogo que, por ventura do destino, chegava-se até certo ponto e era impossível de passar? Você não sabia o que fazer? Ia e vinha e nada. Mas que droga… e agora?

Então acaba por se lembrar daquela revista que tinha comprado a duas semanas atrás que falava justamente sobre aquele jogo. Que ele era isto e aquilo e que valia a pena em ter na sua coleção. Você o havia alugado justamente para testar e, quem sabe, pedir para a sua mãe de natal ou aniversário. Talvez ali tenha alguma dica, ou, até mesmo, várias, para passar daquela fase chata.

Ao chegar na sua coleção de revistas, cada pilha em separado, uma para Ação Games, outra para a Videogame, uma terceira para SuperGame e a última para GamePower, compradas religiosamente na banca do Seu Pereira, lá na pracinha, começa a fuçar uma por uma para ver se conseguia achar aquela que falava daquele jogo maldito.

As Velhas e Boas revistas.

As Velhas e Boas revistas.

Passando os olhos por cada página, por cada figura, os textos, as cartinhas do leitor, as dicas, as perguntas e os recordes, tem aquela sensação, aquela gana, aquele sentimento, que gostaria de jogar todos os jogos do mundo ao mesmo tempo, mas sabe que o seu pai, sua mãe, sua tia ou seu tio preferem dar roupas a games e só com muito choramingo é que se consegue um novo jogo, ou, nas palavras da sua mãe: “Se tirar nota boa no final do ano, te damos o jogo que você tanto quer.”

Mas que jogo? Como escolher um entre dezenas que o pessoal da Ação Games deve jogar todos os dias? Pegar somente um? UM? Se pegar Mario 3, não pode pegar Tartaruga Ninja 2, mas eu queria tanto o Megaman 2 e Double Dragon 2? Se eu tivesse outro videogame poderia pedir um Shinobi do Master ou um Sonic. Estes videogames deveriam ser compatíveis para eu não ter de pedir outro videogame e me falarem não.

Só um jogo? A tentação era grande, mas escolher só um entre dezenas era uma como pedir para beber apenas um golezinho de Coca-Cola daquele garrafão de 1L no dia de domingo. Só um golinho porque mãe?

A única coisa que podia fazer era ficar um pouco chateado e continuar a procura pela aquela dita cuja revista que fala daquele maldito jogo que você não consegue passar e, de repente, você passa os olhos naqueles anúncios de vários videogames a venda e os pilotos da Ação Games.

INVEJINHA BÁSICA

Daí, de repente, você tem em suas mãos a Ação Games nº 8 e acha que é esta revista é a salvadora, lá estava o jogo Totally Rad, deve ter algo além de falar sobre o mesmo, uma dica, por menor que faço.

Como era final de semana, ficou folheando um pouco a revista antes de chegar lá na página do dito cujo jogo. Foi então que sempre que chegava naquelas páginas onde mostravam os pilotos, aquela invejinha básica subia no coração.

sempre nos trazem fortes emoções.

sempre nos trazem fortes emoções.

Lá estavam eles, na página 22, Ioiô, Marcelo, Ricardo, Rodrigo e Christian, os “feras” da Ação Games, testando múltiplos controles para o Phantom System e para o Master System e tudo o que você podia fazer era uma caixa de muxoxo e sonhar alto, quem sabe, um dia, ser um piloto e passar o dia jogando videogame e só isso? Nem a possibilidade de pagamento passava por sua cabeça, o importante era jogar videogame.

Depois de momentos de sonhos a plena luz do dia, você continuava a folhear as páginas, um anúncio da Polytron, com vários jogos e cartuchos. Mini Games, no qual você já estava enjoado de jogar o seu da Mônica por horas a fio, aquele anúncio maroto da Dynacom com o seu Dynavision 3.

E, por fim, chegou ao Totally Rad, esperando que tivesse alguma coisa e nada… Será que a Videogame teria alguma coisa sobre o jogo?

A BUSCA POR INFORMAÇÃO

Você se lembra que a revista Videogame tinha feito algo sobre o jogo, daí não é para a sua surpresa que o mesmo era CAPA da revista de número 8? Se é capa, é porque deve ter muita coisa sobre ele.

Folheou rapidamente para o índice e lá estava a página 26 falando sobre o jogo. Foi passando rapidamente pelas páginas e que inveja daquele Turbo Express, mas deixa para lá, a ânsia por terminar aquele jogo era maior e foi ali que, lá estava e você tem um sorriso de uma ponta a outra do rosto com um detonado que a Videogame fez sobre o jogo!

Agora sim eu finalizo isso, pensou para si. Pegou a revista, se levantou e foi ler o que tinha de ler para como matar o peixão chato do Ato 3.

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Qualquer um passou por uma situação semelhante. As revistas de videogame faziam presentes no cotidiano de todo jogador, seja lendo na banca de revista, pois o tio deixava, seja na locadora, onde algumas disponibilizavam alguns exemplares ou em casa, quando a mãe ou o pai davam uma grana para você comprar elas.

E os anúncios então?

E os anúncios então?

As revistas eram um espetáculo à parte, já que grande parte delas eram feitas de forma bem braçal e com informações bem escassas – onde as mesmas eram recebidas com meses de atraso ou nada a ver com que os públicos americanos, europeus e japoneses sabiam antecipadamente – e, assim, as vezes as mesmas inventavam as coisas.

Seja por mais, seja por menos, estes pequenos espaços virtuais em forma retangular, com fotos, textos, promoções e suas mascotes, foram companheiros de toda uma vida gamer e, assim, ficarão eternamente nos corações de todos aqueles que foram leitores delas.

Simples assim.