A série Metroid parece estar esquecida pela nossa querida Nintendo, mas qual será o por quê disso? Será o número de fãs que vem caindo? Será que a empresa prefere focar em franquias mais famosas e bem estabelecidas no mundo dos games? Em uma rápida retrospectiva da série vamos tentar descobrir onde tudo desandou.
Metroid (1986 – 2002)
O primeiro jogo da série era mais um dos grandes pioneiros da Nintendo com sua forma nunca antes vista de se fazer vídeo games caseiros. O jogador explorava um grande labirinto em todas as direções, diferente de Super Mario Bros, no qual a única opção era sempre seguir para a direita. Com diversos equipamentos e upgrades para coletar durante essa aventura, o jogo era semelhante a Zelda com o foco na exploração, porém em um ambiente fechado ao contrário da franquia Hyruleana. A grande surpresa de Metroid ficava por conta do seu final, onde descobríamos que o personagem dentro da armadura era uma mulher, fazendo de Samus a primeira protagonista feminina dos games.
A fórmula foi se repetindo com melhorias e inovações sendo feitas aqui e ali nos jogos seguintes:
- Metroid II: Return of Samus (1991 – Game Boy);
- Super Metroid (1994 – Super Nintendo);
- Metroid Fusion (2002 – Game Boy Advance).
Como podemos observar, a série desapareceu de 94 pra 2002. Metroid nunca foi uma das franquias que a Nintendo se preocupasse em lançar títulos consecutivos. Bom pelo menos até o mesmo ano de Metroid Fusion, quando surgiu…
Metroid Prime (2002 – 2007)
O primeiro jogo da série Prime foi uma grande revolução na jogabilidade da franquia, nos trazendo para uma visão de dentro do capacete de Samus. O jogo virava então um FPS, porém sem abrir mão da exploração e coleção de itens/upgrades, o que era um grande diferencial para os jogos do gênero na época. Foi um sucesso absoluto de crítica e público, trazendo Metroid de volta aos holofotes como uma das grandes séries dos games e gerando duas continuações e dois spin-offs para a série Prime:
- Metroid Prime 2: Echoes (2004 – Game Cube)*;
- Metroid Prime Pinball (2005 – Nintendo DS);
- Metroid Prime Hunters (2006 – Nintendo DS);
- Metroid Prime 3: Corruption (2007 – Wii).
*No mesmo ano de Metroid Prime 2, um remake do primeiro jogo foi lançado para GBA, Metroid: Zero Mission, trazendo alguns extras para a história.
Com Prime a série parecia que iria ficar de vez entre os Super Stars da Nintendo, como Mario e Zelda, mas infelizmente não foi bem assim. Depois de Corruption tivemos um ano de hiato e recebemos Metroid Prime: Trilogy, em 2009, que era uma edição especial trazendo os três jogos da série Prime para o Nintendo Wii. Somente no ano seguinte viria um novo título inédito da franquia…
Metroid: Other M (2010 – Wii)
Este jogo veio com a proposta de retornar Metroid às origens do estilo plataforma, mas sem deixar as inovações de lado. Sua jogabilidade era em um 2.5D, com exploração não somente para os lados e cima/baixo, mas também para o fundo e a frente do cenário. Era jogado com Wii Mote e ao apontar este para a tela o jogador tinha visão em primeira pessoa, para acertar pontos fracos dos inimigos e ver os arredores com mais atenção, porém ficava sem poder se mover até retornar o controle a posição original retornando, desta forma, o jogo para o estilo plataforma.
O jogo teve ótimas críticas e conta com uma das melhores histórias que a franquia já teve, mas não conseguiu boas vendas. Nos Estados Unidos, por exemplo, atingiu um número muito menor do que o esperado pela Nintendo.
O enredo por sua vez gerou certas críticas dos fãs, que não aceitavam a “submissão” de Samus ao comandante Adam Malkovich. Esse criticismo é injustificado, pois não estão levando em consideração o respeito que a caçadora de recompensas tem pelo seu antigo mentor e nem que ela possui um treinamento militar, o que justifica o porquê de ela seguir ordens e não utilizar certos equipamentos antes de receber permissão. Adam, como líder da missão, somente a limitava por que tinha que ter certeza de que o uso de certos equipamentos era seguro.
As baixas vendas e esse criticismo típico da internet podem ter ajudado no desânimo da Nintendo com Metroid. Seis anos se passaram e temos um leve sinal de vida da série…
Metroid Prime: Federation Force (2016 – Nintendo 3DS)
Durante o Nintendo World Championships 2015 um game inédito foi jogado pelos competidores: Balst Ball. Neste ano iríamos descobrir que se tratava de um bônus incluso no novo Spin-Off da série Metroid.
Seis anos sem nenhum game, 30 anos de aniversário da franquia. Enquanto Zelda recebe orquestras ao redor do mundo, novos amiibos exclusivos e um jogo 100% inédito prometido para 2017, Metroid fica ao limbo.
Federation Force é tudo que os fãs não queriam. Um spin-off depois de tanto tempo é desanimador, esperava-se no mínimo um jogo da série principal. A mudança no estilo gráfico também desagradou ao dar a um jogo notoriamente sério um design com características “chibi”. Por fim o grande desânimo vem da ausência de Samus como personagem principal. O game trata exclusivamente da Federação Galáctica e não dá nenhum indício de que a caçadora de recompensas será um personagem jogável. A decepção foi tamanha que os nossos já conhecidos fãs histéricos chegaram a fazer uma petição exigindo o cancelamento do jogo.
Será que tudo está perdido?
Vamos olhar para Federation Force de uma forma um pouco diferente.
A Nintendo decepcionou logo nos 30 anos da série? Sem dúvidas, mas ela pode aprender com isso. Todo o rebuliço causado pelo spin-off prova que a base de fãs de Metroid ainda é grande e apaixonada, mesmo que não seja tão popular como Mario ou Zelda. Se a Big N for esperta ela tirará de todo esse criticismo a confirmação de que precisava para trabalhar em um novo Metroid.
Federation Force é um jogo ruim? Vamos lembrar de The Legend of Zelda – The Wind Waker, cujo estilo gráfico cartunesco gerou muita crítica negativa por parte dos fãs. Apesar disso ele é considerado um dos melhores games da franquia até hoje. Então vamos jogar Federation Force antes de reclamar cegamente.
Porque “Prime” depois de tanto tempo? Vimos que foi com Prime que Metroid teve lançamentos consecutivos e um grande sucesso de crítica e de público. Talvez a Nintendo planeje um retorno de Metroid a partir de onde deu certo e usou um spin-off para trazer a série Prime de volta. Se formos otimistas podemos prever que Federation Force é apenas uma ponte para o que está por vir.
E vocês? O que acham que a Nintendo pode estar planejando? Comentem, participem.
E vida longa a Metroid!